Category: tricot

Last Saturday (and an interview!)

workshops de tricot air

Last Saturday we had a knitting workshop here in the studio. There were biscuits and tea, yarn and needles, lots of knitting and purling. We had one beginner knitting a swatch of ribbing; one intermediate knitter learning to fix mistakes; one advanced knitter reviewing increases and decreases on the right and reverse sides; and one advanced knitter learning to pick up and knit stitches.

The morning flew by in a minute, or so it seems, while we had yarn and needles in hand. I only notice how time flies by how hungry I get!

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On other news, I’m super excited to share that Projeto Lida interviewed me sometime ago and they published our conversation today. It’s in portuguese, but there are many pictures of both my home and studio. Hope you enjoy!

Have a great week!

*
air no projeto lida

No Sábado passado tivemos workshop de tricot aqui no atelier. Houve biscoitos e chá, lãs e agulhas, muita meia e liga. Uma principiante tricotou e rematou uma amostra de elástico; uma tricoteira intermédia aprendeu a reconhecer e a corrigir erros no seu trabalho; uma tricoteira avançada reviu aumentos e diminuições no direito e no avesso; e outra tricoteira avançada aprendeu a levantar malhas.

A manhã passou num instante, pareceu-me a mim, que só notei a passagem do tempo quando a barriga começou a dar horas!

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E ainda sobre tricot, mas não completamente, os meus queridos Ricardo e Rita, do Projeto Lida, publicaram hoje uma conversa que tivemos há algum tempo atrás. Estou muito contente! Que acham da entrevista?

Desejo-vos uma óptima semana!

In my (work in progress) studio

air-studio-embroidery

Summer is now gone, and the changing season marks the passing of time. I realize it has been three whole months since I moved into the studio. It’s far from being complete: there are still boxes to unpack and we (my studio mate and I) aren’t sure yet about the current layout.

One of the things I learnt during the business course I took during the summer was that (insert project name here) is never “finished”. Everything is always a work in progress, an experiment: and that’s fine. It’s the way it is supposed to be.

air-studio-cover the world with embroidery

So take a tour of my (still in progress) studio. One of my dreams is to cover the world with embroidered illustrations (I have allies to help me with this cause!). I’m starting with my studio walls, and one by one, it’s getting there.

air-studio-bookshelf

Some of the books you see here have been in storage for the past six years. It has worked like a time capsule: some of them are still updated; some are very, very dated – and that’s wonderful, too. The world has changed so much during the last six years, especially when it comes to the internet and working online (which I do).

air-studio-books2

And then there’s the offline world, where human interaction preferably involves some tea, good conversation and needles in our hands.

If you’re in Lisbon next Saturday, October 5th, join us for a beginners knitting workshop. There will be knitting and purling, talking and fixing of dropped stitches, casting on and off, tea over the most beautiful view of the city.

I can’t wait to get to know you, teach you to knit and show you my studio!

*

air-studio-on-my-messy-desk

Com o Verão para trás e o Outono já presente, sinto a passagem do tempo e concluo, com surpresa, que já lá vão três meses desde que me instalei aqui no atelier. Passaram a voar; não fosse a chuva a cair, as folhas amarelas e o fresquinho lá fora, nem dava conta.

Apesar dos três meses volvidos desde que aqui me instalei, ainda nada é “definitivo”: há caixotes ainda por desfazer e novas disposições dos móveis para testar. Por mim, tudo bem: uma das coisas que aprendi no meu curso de negócios, este Verão, foi que o segredo é “experimentar”. Nunca nada está terminado, e ainda bem.

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Mostro-vos alguns pedaços do meu espaço: as ilustrações bordadas, com que um dia sonho cobrir o mundo inteiro (já tenho aliados!); os livros redescobertos após seis anos de arrecadação funcionaram como uma cápsula do tempo. Alguns continuam actuais; outros, incrivelmente datados. O mundo mudou tanto nestes últimos anos, especialmente no que toca à internet e à hiperconectividade em que agora todos vivemos.

E depois há o mundo real, onde a interacção entre pessoas é, para mim, um grande tesouro; e inclui, se possível, chá, boa conversa e agulhas nas mãos.

Se estiveres em Lisboa no próximo Sábado, dia 5 de Outubro, vem aprender a tricotar comigo, aqui no meu atelier. Vamos montar malhas, fazer liga e meia, conversar e beber chá, deixar cair malhas, aprender a apanhá-las, olhar para a vista mais bonita sobre Lisboa e rematar todos os pontos.

Estou desejosa de te ter aqui connosco, no meu atelier!

Uma pausa nos relatos de viagens

Faço aqui uma pequena pausa nos relatos de viagens para mostrar dois xailes lindos que estive a tricotar e que terminei no fim-de-semana passado.

Claro que aqui no Panamá não preciso deles (a não ser para ir ao cinema), mas como prevejo uns dias frios nas próximas semanas, imagino que os vou usar até ganharem piolhinho.

O primeiro é de seda, e foi a primeira vez que tricotei com seda. Gostei, sim, mas os pontos escorregam que se fartam, mesmo com agulhas de madeira. A receita pode ser encontrada aqui e os detalhes todos estão aqui.

Shawl I

Shawl I

(Mais fotos aqui.)

O segundo xaile foi tricotado com uma mistura de merino, bambú e seda. A receita é esta e as minhas notas podem ser encontradas aqui. Adoro o resultado!

Shawl II

Shawl II

Shawl II

(Mais fotos deste xaile aqui.)

Os fios usados foram comprados em Santiago do Chile, em Agosto passado.

Ovelhas há muitas

My #knitting is this big. Chamamos-lhe Ovelha Avó.

Desde Janeiro que estou a tricotar esta ovelha, digo, este cobertor. Ao início, era apenas meia dúzia de pontos na agulha circular. Depois começou a crescer e entrou na sua fase espanta-espíritos.

A metamorfose foi-se dando, paulatina: de nuvem passou a pequeno animal, e daí a ovelha, que foi crescendo e crescendo, à medida que fui tirando mais uma meada à caixa, a dobei e a fui somando aos milhares de malhas que o cobertor já tinha. A sua construção é circular, do centro para a extremidade; por isso, só acaba quando uma mulher quiser (ou nele se afogar), com uma borda, que também é tricotada. E estou nisso, na borda tricotada, depois de achar que dois metros e meio de diâmetro já requer uma cama nova – e um Inverno.

Enquanto testava malhas para a borda, perguntei ao Príncipe que achava e se não lhe parecia demasiado avó. Ele olhou para mim como quem estabelece o óbvio, levantou o indicador e apontou para a massa branca no meu colo: “isso tudo é a Ovelha Avó“.

Ficou baptizada.

Prodígio de organização? Hmmm…

ribbing

Para que conste, já comecei a fazer as prendas de Natal. Não que seja um prodígio de organização: sou é lenta, mesmo. E, além disso, não vale muito a pena tricotar para mim, dado que (e não me canso de repetir) agora vivo num país tropical.

Quem disse que o tricot era coisa chata?

Quem disse, bem, resumidamente, é muito choné.

(Link enviado pela Prainha. Obrigada! Fizeste-me rir!)

Preparativos

Kimonos waiting to be shipped!

Já falta pouco para o Natal e aqui no abbrigate* faço montículos de kimonitos, prontos para irem para as suas novas casas.

Gosto de olhar para eles e imaginar os bebezuquinhos que lá vão estar dentro. Fofo.

Bzzzzz parte II

Primavera no Rosedal de Palermo
Já o disse no blog do abbrigate* e digo-o aqui também: acredito que algures entre as fibras e as malhas do que tricotamos ficam retidos sentimentos que temos e moléculas dos lugares onde tricotamos. É por isso que levei o coletinho da C2 passear ao Rosedal de Palermo no Domingo passado.

Como vêem, a Primavera chegou em força e o coletinho quase se mimetiza com a envolvente.

Sou uma tia muito, muito babada, saudosa e…

Primavera no Rosedal de Palermo
maluquita, como diria C1.

"A lã e a neve"

É o segundo livro de Ferreira de Castro que leio e, tal como no primeiro, surpreendo-me por um clássico me agarrar desde o princípio. Eu sei, é uma grande falta de cultura e de erudição da minha parte dizer que os clássicos da literatura podem ser chatos, tal como é admitir que adormeço sempre durante as peças de teatro, mesmo quando estou interessada e a gostar. Mas a verdade, para mim, é essa: às vezes os clássicos são chatos.

Pois não é o caso deste. Para além de a acção se passar numa zona que me é querida (Covilhã, Manteigas e terras serranas), fala de outra coisa que me é querida: a produção de lã. E o que, outrora, se sofria para se produzir aquilo que para mim é como um parque de diversões (tricoticamente falando, claro está).

Ontem à noite aprendi uma coisa nova: tal como se “bloqueia” uma peça tricotada para que as fibras estabilizem, também os pastores têm de dar um jeitinho nos chifres dos carneiros, para evitar acidentes. E o processo é de um pragmatismo fabuloso: espeta-se cada um dos chifres do carneiro adolescente numa batata recém-cozida, ainda quente. A temperatura e humidade da batata amolecem o chifre, que depois é retorcido de forma a não crescer nem na direcção dos olhos nem do pescoço do animal. Quando se termina o processo, prendem-se os chifres com guita e um pau, de forma a estabilizarem na nova forma. Giro, não é?

O mesmo acontece nas peças tricotadas: são lavadas e depois deixam-se secar horizontalmente com alfinetes a dar-lhe a forma definitiva:

Damson
Vêem os alfinetes a puxar a malha para a abrir bem?

E esta, hein?

Outro fim-de-semana de reclusão?

Central Park Hoodie
Costas do Central Park Hoodie que estou a tricotar.

Aproxima-se um fim-de-semana mais ou menos prolongado. Parece que ouço perguntar “como é que é isso de mais ou menos prolongado?”. A resposta não é simples – nunca é – mas prometo que me vou esforçar.

Ora, como todos sabemos, estamos a viver uma “preocupante crise sanitária” (são expressões destas que se ouvem aqui a torto e a direito, e eu a ligar “sanitário” a outras coisas). A verdade é que os dados da Organização Mundial de Saúde não enganam: a proporção entre vítimas mortais e infectados com o vírus da gripe A é maior aqui que nos outros países. E isto, para além da óbvia tragédia que é para as famílias de quem foi ou está a ser tocada pelo vírus, é também uma grande dor de cabeça para as autoridades (sanitárias e não só).

(Nota: ontem recebi uma chamada telefónica em que me fizeram todo um inquérito sobre a prestação do governo, a situação da Argentina, a inflação, a corrupção… foi tão bom ter aquele bocadinhozinho de tempo de antena em que pude classificar como entendi cada um dos itens dados pela operadora, sem que ninguém me acusasse de ser estrangeira, ou, pior ainda, europeia!)

Voltando ao fim-de-semana quase prolongado, amanhã é feriado, dia pátrio, daqueles que não são transferidos para a segunda-feira mais próxima. Sexta deveria ser dia de trabalho normal, mas o governo decidiu instituir um “feriado sanitário” ao qual muitas empresas deverão aderir, pelo menos na modalidade de ter os seus colaboradores a trabalhar a partir de casa.

Para quem não está habituado a estas andanças (as de trabalhar a partir de casa), um feriado sanitário vai ser isso mesmo, um feriado. E o resto é conversa.

Por mim, tudo bem: tenho livros, tricot e… ah, trabalho! para fazer.

Agora giro, giro, giro mesmo era que acontecesse o que aconteceu há dois anos atrás: um nevão aqui na cidade a 9 de Julho! Mas fim-de-semana mais ou menos prolongado já não é mau.

Usurpando

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Usurpando totalmente o gorro a seu dono, mostro aqui o passa-montanhas terminado. Agora só falta mesmo é a neve.

(E a etiqueta!)

Uma manta? Ou um saco de tricot?

Blanket? perhaps knitting bag?

Ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que já parece um menir, daqueles que o Obélix transportava, só que em vez de ser às costas é ao colo. Quando a tricoto, tapo as perninhas e os joelhos, que isto o frio ataca à séria e o Inverno (a idade?) não perdoa. Como estou a usar lã pura, as mãos ficam quentinhas e, de caminho, bastante hidratadas com a lanolina que ainda sobra nas fibras.

Acho que depois deste post é que me vão chamar, sem sombra de dúvida, avozinha.

Como dizia uma lenda urbana, com um encolher de ombros: é a vida, menina, o que é que se há-de fazer?