Category: Panamá

2013 in pictures

2013 was a full year for my family and I. Personally, we had an intercontinental move from Panama to Portugal; professionally, my business underwent a massive redesign, allowing me to work smarter, focusing more on the things I love to do.

It was a year of change for the better, all in all, despite all the challenges that these changes bring along.

Here’s a photographic account of some of the year’s events.

As for 2014, I’m looking forward to a great year – more on that soon!

*

2013 foi um ano muito preenchido para mim e para a minha família. No âmbito pessoal, fizemos uma mudança intercontinental do Panamá para Portugal; profissionalmente, reestruturei o meu negócio e a minha forma de trabalhar.

Foi um ano de muitas mudanças, de uma forma geral, para melhor, apesar de todos os desafios que tivemos. Deixo-vos então com um relato fotográfico de alguns dos pontos altos do ano. E viva 2014, que se prevê fantástico!

In January, we enjoyed our last month in Panama City.

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In February, we packed our home in Panama City into boxes. See you soon, my precious yarn!

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In March, we arrived to Lisbon. Priorities are priorities, so we got our seafood fix:

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We also took some time off and visited Cape Verde, where my sister was living. (We loved it so much, we want to return.)

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On our return to Lisbon, we “ran” (I walked) the mini-marathon. It’s the one occasion the first bridge over the Tagus river is open to pedestrians, so I took the opportunity to do it. Beautiful views and a cheerful atmosphere made it a great Sunday morning!

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In April we went North for a wedding and to meet with friends from Panama. We miss them.

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I discovered a new-old yarn shop in downtown Lisbon, where I love to go.

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And we became homeowners. Yay!

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My first article on Uppercase magazine was published!

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After three years of two-season-weather, we witnessed Spring.

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In May, through a serendipitous chain of events, I found my new studio space.

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And fell in love again (and again) with Lisbon.

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Our shipment arrived and we slowly started settling in our new home.

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With the equinox, Summer arrived in full force.

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(and added new spots to my Lisbon Chocolate Tour.)

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Had many meals outdoors.

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Lisbon dressed herself up to celebrate the popular Saint Anthony’s Eve.

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In July, I saw my first illustrations being published in a portuguese magazine (Saber Viver).

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We saw Summer in the North of Portugal…

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…and Summer in the South of Portugal.

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In August, the whole family visited the Zoo.

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I gave blood for the first time.

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And prepared the launch of my Embroidery Club. (Fun!)

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September brought the first signs of Autumn.

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In October, we started the Creativity Series.

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Autumn arrived.

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With Autumn, the first knitting workshop.

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In November we took a few days off and went North:

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In November, I didn’t stop embroidering.

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And thought about knitting all the time.

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In December, we went North again. Embroidering with a view!

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It was fun to be with friends and family for the holidays.

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How about your year? If you’re inspired to share your own recap, leave the link in the comments section.

Happy New Year, everyone!

Panamá Bye Bye III: a travessia do canal

Um dos nossos planos de despedida do Panamá foi a navegação parcial do canal. Coisa para ter cerca de 80km de comprimento (algo fantasticamente pequeno se pensarmos que é a distância entre oceanos naquele ponto do continente americano), a navegação completa demora um dia inteiro e só é feita no primeiro sábado de cada mês. Por isso optámos pela navegação parcial, mais curta, a começar no meio do canal (e na sua cota mais alta, no Lago Gatún) e a terminar no Pacífico, do lado da Cidade do Panamá, dois conjuntos de comportas e vários metros de desnível mais tarde.

As comportas são uma ferramenta importante do canal por várias razões. Apesar de ambos os oceanos estarem ao mesmo nível (o chamado “nível médio das águas do mar”), o interior do canal, o lago artificial de Gatún, está a uma cota superior. Este lago serve de reservatório das águas da chuva e oferece, também, uma zona de navegação mais profunda para os barcos com maior calado. As comportas, com as suas câmaras que servem de elevadores para os barcos, ajudam a controlar o nível da água no Lago Gatún – e nunca é demais relembrar que é através da água da chuva, que cai todos os dias entre Março e Dezembro, que o canal funciona.

Voltando ao nosso passeio, a manhã começou cedo perto do ancoradouro de Amador, onde o passeio terminaria algumas horas mais tarde. Aí apanhámos um autocarro que nos levou até ao centro do istmo, ao ponto médio entre as duas costas.

We're crossing the #panama #canal. Who wants to join us?

Perto de Gamboa, zona natural protegida e muito bem cuidada, apanhámos um barco de cruzeiro que nos levaria pela nossa viagem.

Gamboa #panama

Lago Gatún #panama

Cruising the #panama #canal

Começamos a navegação em direcção ao sul, ou seja, à Cidade do Panamá, na costa do Pacífico. Durante o caminho, cruzámo-nos com barcos imensos, que faziam lembrar gigantescos edifícios flutuantes. Nós, naquele “pequeno” barquinho de cruzeiro, éramos pouco mais que formiguinhas. Vimos barcos refrigerados (levam flores e outros produtos que requerem uma atmosfera controlada), vimos barcos silos (levam grãos e cereais), vimos barcos cheios de automóveis, com pequenas estradinhas dobradas, como se de um origami se tratasse.

This ship carries grains, sand and fertilizers. #panama #canal

Chegámos enfim ao primeiro conjunto de comportas, ou eclusas, as de Pedro Miguel. Dentro das câmaras, a administração do canal juntou vários barcos de cruzeiro, juntamente com outras pequenas embarcações, para aproveitar “a viagem”.

Pedro Miguel locks in #panama #canal

Inside Pedro Miguel locks. #panama #canal

Quando descemos, verificámos o quão assombrosamente perto estávamos da parede do canal. No caso dos navios panamax, aqueles que têm a dimensão máxima permitida para transitar o canal do Panamá, a distância entre o casco e a parede é de apenas 50 centímetros, o que sempre me provocou calafrios, a par de uma imensa admiração.

Dentro da eclusa de Pedro Miguel, #canal do #panamá

Passado algum tempo, entrámos nas comportas de Miraflores, as mais próximas da Cidade do Panamá e que por isso recebem mais visitantes. No centro de visitantes, para além de uma tribuna panorâmica, um restaurante e diversos apoios turísticos, têm também um museu muito completo com a história do canal e a envolvente ecológica da zona de protecção especial que o circunda. Já aqui falei dele, noutros momentos.

Bridge of the Americas, uniting north and south. #panama #canal

Under the bridge, arriving to the Pacific Ocean. #panama #canal

Com a Ponte das Américas no horizonte, a nossa viagem aproxima-se do fim. Dizem os panamenhos que esta ponte une as duas Américas, a do Norte e a do Sul, e se bem que esta não é a visão mais rigorosa possível, é um símbolo bonito para o enorme continente que aqui se transforma num fino istmo. Diria que todo o Panamá é uma ponte das Américas, a unir as duas massas de terra com um aparentemente tão frágil elo.

Chegámos então ao fim da nossa viagem no ancoradouro de Amador, onde tínhamos apanhado o autocarro, essa manhã. É um passeio que vale a pena fazer, pelo menos uma vez. Afinal de contas, o canal é o protagonista nacional.

Mais posts sobre visitas ao canal: visita às eclusas de Gatún, no mar das Caraíbas, Oceano Atlântico e o “Tal Canal”.

Panamá Bye Bye II: as vistas de casa

Nos três anos que vivemos no Panamá morámos num quadragésimo nono andar. Sim, leram bem, quadragésimo nono. (E sim, subi algumas vezes as escadas até lá acima, eram cerca de 15 minutos a ofegar e a transpirar.)

Para além do nosso apartamento ser muito bonito, as vistas que tínhamos de lá de cima eram panorâmicas, como se pode imaginar. Para este, víamos Costa del Este, bairro onde o Príncipe trabalhava; para lá víamos verde e mais verde até ao aeroporto, e daí ainda mais verde na direcção do Darién e da Colômbia. Para oeste, víamos a Avenida Balboa, o Casco Viejo, víamos a Ponte das Américas (que atravessa o canal e, no dizer popular, une a América do Sul à América do Norte) e várias gruas do canal.

De lá de cima víamos também o belíssimo Templo Bahá´í, no topo da colina. E de lá de cima eu controlava o trânsito e indicava ao Príncipe o melhor caminho a tomar no regresso a casa, no caso do Corredor Sur estar muito congestionado.

Good morning, #pty

Good morning, #pty

A aproveitar a vista na contagem decrescente. Bom dia! #pty

Enjoying the view before leaving #pty

A conclusão a que chegamos é que me parece muito adequado que, depois de três anos lá em cima, a ver as tempestades acontecer à mesma altura, aqui nos mudemos para um rés-do-chão. É justo.

Panamá Bye Bye I

Lembram-se do Buenos Aires Bye Bye, o meu projecto de despedida da Argentina, há três anos atrás?

A tecnologia mudou e o mesmo aconteceu com a minha despedida fotográfica do Panamá, feita com o telefone e partilhada no instagram e no flickr.

Partilharei aqui algumas das fotografias que tirei nestes últimos dias, entre caixotes, papeladas e muitas despedidas. Estas são só algumas delas.

Até breve!

#byebyepanama

#byebyepanama

No Casco. #pty #byebyepanama

A decadência tropical tem o seu charme. #pty

Looking up. #casco #pty #panamá #byebyepanama

No #Casco. #byebyepanama #pty #panamá

#byebyepanama e também #panamá, em #pty

E é isto

Last happy hour with this view with a glass of Viu Manent. #byebyepanama

Até breve!

P.S.: continuo a pedir as vossas sugestões para um novo nome para o “Entre…” – que contenha a palavra “entre”, claro – e outro para a zine.

Visita ao Canal do Panamá, do lado Atlântico

Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

No Domingo passado fizemos um daqueles passeios que tinha de aqui partilhar. Fomos visitar o Canal do Panamá, desta feita do lado Atlântico, mais concretamente as eclusas de Gatún.

O Canal do Panamá é uma construção artificial que aproveita determinadas características naturais do país, sendo a principal razão o facto de ser um istmo com apenas 80km de terra entre os dois oceanos. Além disso, é uma zona sismicamente estável e com muita chuva – verão que a precipitação é essencial ao funcionamento do canal.

O canal tem três sistemas de comportas que vencem as diferenças de cota entre ambas as margens e o lago artificial de Gatún, que se localiza a meio do percurso. Além disso, estas comportas ajudam a controlar o fluxo de água, para que corra sempre da terra – ou seja, do lago Gatún – para o mar – isto é, ambos os oceanos. Os três sistemas de comportas são, do Atlântico para o Pacífico, ou de Norte para Sul, Gatún (cujas fotos aqui mostro), Pedro Miguel (a uns 30km da Cidade do Panamá) e Miraflores (na Cidade).

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

As eclusas de Gatún têm a particularidade de ser muito pouco turísticas, pelo que as tribunas de observação se encontram muito mais perto dos canais de água do que acontece em Miraflores. Vimos dois barcos a virem do Atlântico e a serem subidos na câmara mais perto de nós, depois a avançarem para mais uma câmara em direcção ao lado. Explicou-nos o guia que o capitão do barco tem de ceder os comandos ao capitão do canal. Os pilotos sobem para a ponte e controlam, juntamente com o pessoal de terra, a progressão dos barcos nas eclusas. Parece loucura, mas entre o casco dos barcos e as eclusas há apenas 60cm… é um passinho só!

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Nas câmaras, os barcos são conduzidos por quatro reboques que circulam sobre carris, através de cabos em tensão presos tanto na proa como na popa. Dois de cada lado, ajustam a tensão para que o barco entre direitinho nas câmaras, sem incidentes.

Já na câmara, fecha-se a porta de trás e as águas sobem, vindas de um sistema de canais que permeiam as paredes, até chegarem ao mesmo nível das da câmara em frente. O movimento da água é feito através, simplesmente, da gravidade e as tinas são abastecidas pelo depósito de águas pluviais que é o lago Gatún. É por esta razão que a muita precipitação que aqui se faz sentir é tão importante para todo o processo. De momento, as águas passam de umas câmaras para as outras sem serem reutilizadas; nas ampliações que estão a ser feitas, foi criado um sistema de tinas que recupera cerca de 60% da água utilizada, sendo assim menor a dependência do nível de água no lago.

Quando o nível da câmara de baixo atinge o da câmara imediatamente seguinte, abrem-se as comportas à proa do barco, que avança para o próximo passo. O princípio é muito simples, mas a execução de engenharia é complexa. Parece uma obra de lego, em tamanho gigante, em que tudo funciona perfeitamente, tudo encaixa na perfeição. Todos trabalham em conjunto e harmonia e o resultado é fascinante, mesmo para quem não aprecia estas grandes estruturas.

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Navio a passar nas Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

O Canal do Panamá está a sofrer ampliações nas suas comportas para poderem suportar mais fluxo, devido à grande procura. Para o país, o Canal é uma mina de ouro, gerida e mantida com muita atenção ao detalhe.

Terceira eclusa em Gatún, Canal do Panamá

Terceira eclusa em Gatún, Canal do Panamá

Na ampliação do canal em Colón, do lado Atlântico, foi construído um centro de visitantes, com miradouro, centro de interpretação e auditório. A funcionária que aqui nos atendeu respondeu a todas as perguntas que lhe fizemos, com muita sabedoria e segurança. Fomos magistralmente atendidos por todos, desde empregados de limpeza, seguranças, até ao pessoal técnico.

De lá de cima, contam-se pelo menos vinte e oito gruas a trabalhar, muitos operários, maquinaria, andaimes. É uma visão impressionante que faz lembrar aquele show dos anos 80 do Jim Henson, com uns operários muito pequeninos e fofos (eram os Marretas? Não me recordo… Quem ajuda?). A visão é absolutamente impressionante, é impressionante pensar que ali está a ser construída uma estrutura gigantesca, que dentro de alguns anos vai estar tapada pela água.

No final da visita, queríamos atravessar o canal através de uma ponte que é estendida ou guardada conforme há barcos a passar ou não. Do outro lado, há uma povoação chamada San Lorenzo, onde existe uma marina com um restaurante. Infelizmente não conseguimos lá chegar porque a estrada após a ponte estava cortada. Devido ao forte temporal que se estava a fazer sentir (aliás, a chuva é visível em quase todas as fotografias), tinha havido um deslizamento de terras que impossibilitava o trânsito automóvel. Mesmo assim, atravessámos a ponte para ir e imediatamente voltar. Nesse percurso consegui captar estas imagens.

Ponte sobre as Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Ponte sobre as Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

Eclusas de Gatún, Canal do Panamá

É uma visita imperdível, e até já tenho vontade de voltar para ver os progressos nas obras.

Pelas ruas do centro

Santa Ana, #pty

Santa Ana, #pty

Calidonia, #pty

Calidonia, #pty

In the taxi. #pty

Na sexta-feira passada fui ao centro comprar tecidos. Não foi uma viagem sem incidentes, já que o que queria comprar parece ser oro en polvo, expressão nicaraguense que me ensinaram e que designa aquilo que é um verdadeiro tesouro. Pois é, caros leitores, eu queria comprar… fibra polar. Sim senhores, fibra polar para as mantas de inverno do abbrigate*. Eu não sabia, porque foi precisamente no Panamá que comprei fibra polar da última vez, mas aqui, o polar é mais raro que os dias de céu azul e encontrá-lo foi uma verdadeira odisseia.

Em 8 das 10 lojas que visitei, tentaram convencer-me de que o que eu queria mesmo era feltro, e de que era exactamente a mesma coisa. Dei-lhes a tocar a amostra que tinha, e nem mesmo assim as vendedoras se convenciam do que lhes dizia.

Numa das lojas que visitei, farta já de ter vendedoras que nada percebem, nada sabem, e ainda por cima dão informações erradas, pus-me à procura e encontrei um rolo inteirinho de polar, em tamanho suficiente para cobertores de cama. Fui chamar a vendedora, que me disse que era feltro. (Não era. Era polar.) Que sim, que era, e que comprasse de outro rolo que ali estava em exposição. E eu que não, que não era a mesma coisa, ora que tocasse e comparasse (nem isso funcionou).

Depois disse-me que não podia ser, que aquilo era o depósito e que aquele rolo não estava à venda. Relembro aqui que a este ponto já tinha estado em oito lojas diferentes, com respostas a variar entre o no le sabría decir e o não directo. A frustração, a este ponto, já era grande.

Nem vale a pena contar o resto: o que é certo é que eu não comprei o polar, zanguei-me com as vendedoras, que não me atenderam como deviam nem se deram ao trabalho de olhar para mim nos olhos. Não interromperam o que estavam a fazer nem nada. Saí da loja a insultá-las mentalmente, mais à falta de cortesia no serviço. Mandaram-me a outra loja da cadeia sem sequer ligarem para lá a ver se tinham a mercadoria!

Finalmente, na última loja – e não, não era a da outra cadeia – encontrei o último rolo de polar. Esgotei o stock e não foi com surpresa que ouvi que não devia vir mais, mas que também não me sabiam dizer ao certo (nunca ninguém sabe dizer nada ao certo).

As fotografias que vêem acima são detalhes que fui encontrando enquanto procurava o que queria. Adorei descobrir pequenas ilhas de beleza no meio da cidade deteriorada e cada vez me convenço mais de que, em algum momento da história recente, esta cidade deve ter sido bonita.

Fim-de-semana em San Blás

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A primeira vez que fomos a San Blás fazer um cruzeiro foi para celebrar o meu aniversário, em Fevereiro de 2011. Em plena estação seca, o que se espera é céu limpo e sol glorioso e inclemente, dependendo da hora. Outubro, em contrapartida, é o mês mais chuvoso de toda a estação húmida, o que nos deixou ligeiramente inquietos. Sete passageiros, dois tripulantes e chuva? O barco ficaria pequeno para todos…

A partida da cidade, na sexta-feira, não augurava nada de bom: a chuva torrencial com nuvens muito baixas fizeram-nos temer o pior. Em contra-relógio ultrapassámos o trânsito das portagens, o êxodo de fim de dia e lá fomos nós, estrada fora, até à viragem para a reserva Kuna. Daí até Cartí, porto onde deixámos o carro e apanhámos uma lancha, foram 40km de estrada cheia de curvas, sinuosas subidas e descidas e pedaços de pavimento desabado ribanceira abaixo.

Conseguimos passar a fronteira ainda moderadamente a horas e, no porto, o nosso duo lá nos esperava com a lancha pronta.

Daí foram mais uns trinta, talvez quarenta, talvez cinquenta minutos até ao veleiro que nos esperava. Jantar pronto, foi o momento de conhecermos o barco e sabermos como funcionava a casa de banho, as medidas de poupança de energia e de água potável e confraternizarmos.

Na ilha mais próxima decorria uma festa de anos, mas o nosso grupo de sete ficou em conversa até tarde. Como nos disseram na primeira vez que fizemos um cruzeiro em San Blás, as nove da noite são a meia-noite dos marinheiros. Deitei-me de “madrugada”, portanto. Mas dormi bem, embalada pela ondulação.

Sábado amanheceu maravilhoso, esteve maravilhoso, até ao inevitável aguaceiro da praxe. As vistas foram e são lindas, as raias vieram visitar-nos e o sol – quando apareceu – não deu tréguas.

Domingo foi o dia de regresso – e um fim-de-semana de apenas dois dias pareceu-se mais com umas mini-férias.

E hoje estamos de volta ao trabalho. Para regalar a vista, vejo as fotos.

We're in Panama, issue 28

Aqui está ela, a zine de Setembro! Quem acompanhou o projecto dos padrões no meu blog de trabalho não vai achar estranha a temática. A verdade é que, apesar de adorar este projecto-desafio, também me ocupou não só muito tempo como também muita disponibilidade mental.

As caminhadas na floresta tropical são uma imensa fonte de inspiração: as folhas, de todas as formas e feitios, têm mundos lá dentro à espera de serem descobertos. Vistas de longe, têm formas vagas; à medida que nos aproximamos, vemos o seu recorte. Na mão, vemos o mapa dos seus veios. Nem imagino a beleza que será a sua imagem ampliada.

Espero que consiga transmitir um pouco deste meu encantamento com o número vinte e oito da zine.

Ah, e não se esqueçam de assinar a minha newsletter. Juro não vos bombardear com mails – mando apenas uma por mês.

Pelos caminhos de Paitilla

On my walk home I look up. #pty #panama

Sempre que vou abrir a minha caixa postal na estação de correios mais próxima, faço um pequeno passeio por uma das poucas zonas da cidade que conta com passeios nas ruas. Às vezes estão cobertos de lixo, ou de carros, mas a maioria das vezes a caminhada é bastante tranquila e agradável, cheia de palmeiras de várias formas e feitios.

Hoje, enquanto caminhava para casa, encontrei estes sinais.

NO PASAR #pty #panama

Ao lado, e para o caso de terem restado algumas dúvidas sobre o significado da placa anterior, estava esta:

Por si no fue claro la primera vez. #pty #panama

Agora já sabemos.

Várias actualizações

Os dias panamenhos continuam muito preenchidos de trabalhos, ilustrações e mais actividades, por isso ando atrasadíssima nas actualizações.

It's Summer... and Winter!

Primeira actualização, a zine de Agosto já está no ar (há uns dias…!) e está aqui, disponível gratuitamente, como sempre.

Segunda actualização: durante o mês de Setembro estou a publicar um padrão por dia no meu blog de trabalho. Querem ir lá espreitar?

Terceira actualização: a convite do “On the side project”, conto aqui a história do nascimento do abbrigate* e também da zine. Podem ler o texto completo aqui. 

Até breve, espero…

Domingo tropical

Domingo tropical #panamá

Domingo tropical V #panamá #gamboa

Domingo tropical VI #gamboa #panamá

Domingo tropical VI #panamá #gamboa

Domingo tropical VIII #panamá #gamboa

A inspiração para escrever sobre os dias panamenhos tem sido pouca. Felizmente, o dia de ontem pôs-me em contacto com o Panamá lindo, tropical e rural. Fomos a Gamboa, área a uns 40km da capital que fica à beira do lago Gatún, parte do canal. O cenário é bucólico e a tranquilidade só é interrompida pelas tempestades que, quando caem, não passam despercebidas.

Ficámos com vontade de voltar para explorar o Parque Nacional Soberanía e também os vários trilhos que lá existem, bem no meio da selva e aqui tão perto de casa.