It’s been too long

On the blog: a post about time, energy and fear. Hope you like it. #embroidery #embroideryisforeveryone #airembroideryclub
Ler em português

It’s been too long since you’ve made time for yourself. It’s been too long since you’ve made time to start a creative project.

You may ask how I know this? Well, I do. We (women, mothers, daughters, sisters, caretakers) have a tendency to cater for everyone’s needs before our own. What is it with that?

I know how it is about myself: I have that large, never ending to do list. I have lots of little items that take up only a few minutes, only together they suck hours out of my time. When I finally finish – or declare it “finished for the day” – I’m tired. And then, thinking about myself, about a project for me, seems like too time- and energy-consuming. I feel, to be honest, that I don’t have the energy to start something new.

But looking deep down inside, I understand that what I feel is fear, fear of not being creative enough, fear of challenging myself and realizing I’m failing.

So I postpone starting a new creative project, for fear of not being talented enough. I hide that challenge behind all the shoulds of my day, behind all those smaller tasks that are really important, but not more important than to make time to create. (That’s why deadlines are so useful to most of us, myself included: pressed against them, we have no option but to act.)

Where did the mere notion of play go? I want that back!

I am, despite my fear, taking a few steps in that direction. I have created an item on my daily schedule called “make time for art”. In that item I include sketching, painting, designing repeat patterns, embroidery. I include experimenting with new art supplies. I try not to be too conscious about it, what I will do with it, or if it is any good. (And let me tell you, that exercise of not thinking too much about if it is good or not? That’s a work in progress.)

I’m far from having a lot of free time in my hands but the little free time I do have, I want to be able to enjoy myself and make things. I like creating things with my hands, trying new knitting yarns and techniques, learning a new embroidery stitch.

Do you know that feeling when you’re in an airplane and it is taking off? You feel it needs a lot of power to beat gravity and get airborne. But then, once it is in the air, it feels almost effortless, doesn’t it? It’s exactly like that for me: it’s hard for me to make time to start something new, but once I am in the middle of it, I feel “in the zone”. I feel so in tune with my hands, my mind focused on that, my inner critic busy somewhere else. It’s so gratifying.

The air Embroidery Club is my tool to counteract my natural tendency to postpone starting something new, as it helps me narrow down the answer to the question “what will I start today?” I love creating these designs for you, as I try to put myself in your shoes and imagine your surroundings and listen to the sounds you are hearing as you embroider. I try to imagine what you will be thinking when you stitch that flower, or what podcast you are listening to when you weave in the end of the floss.

I think that the embroidery patterns members receive in their inboxes are wonderful prompts to help us get back to play. Which, if we think about it, is a great way to enjoy ourselves.

(Hey, a quick heads up: the air Embroidery Club will have a price increase in September 1st, 2015. Join today at our current rate and access our lovely, supportive community!)

 

*

Já há muito tempo que não tira um tempo para si, não é verdade, caríssimo leitor? E mais tempo ainda desde que começou um projecto criativo.

Talvez se pergunte como é que eu sei isto? Pois. É que nós, mulheres, mães, filhas, irmãs, cuidadoras, temos uma tendência para cuidar das necessidades de todos os outros antes das nossas. O que é que se passa com isso?!

Eu sei como é no meu caso: tenho aquela lista de afazeres, longa, interminável. Tenho montes de pequeninas coisas, que só levam uns minutinhos!, mas que todas juntas esgotam horas do meu dia. E quando finalmente termino de riscar todos os pontos, ou declaro a lista terminada de momento, estou exausta. E nesse ponto, pensar em fazer algo para mim, por mim, parece demasiado exigente, não só em termos de tempo (“não tenho tempo suficiente!”) como também em termos de energia (“estou exausta!”).

Aparentemente, é a falta de tempo e de energia que me impede de começar um projecto novo, um quadro, um bordado. Na realidade, a verdade é outra: é ter medo, bem lá no fundo, de descobrir que afinal não tenho assim tanto jeito e que vou falhar.

E assim adio mais uma vez começar aquele projecto que tinha, por medo absoluto de descobrir que não tenho talento para isso, e que não vai correr bem, não vai ficar como eu imagino. Escondo-me atrás de todos os “deveres” do dia, de todas as pequenas grandes tarefas, de coisas que até são importantes, mas que ali me ocupam para não enfrentar face a face o tal medo. (é por isso que os prazos são tão importantes e úteis para muitas pessoas, eu incluída: à medida que se aproximam, temos cada vez menos tempo para ouvir essa vozinha venenosa dentro das nossas cabeças e mais rapidamente passamos à acção.)

E é por isso que hoje eu pergunto: onde foi parar aquela ideia de fazer um desenho para nos divertirmos? Porque é que criar se transformou numa tortura, em vez de ser um “brincar ao faz de conta”?

Apesar do meu medo, tento todos os dias dar pequenos passos em direcção à arte-diversão (artiversão?). Na minha agenda diária, criei um ponto que diz: “fazer tempo para a arte”. Nesse ponto incluo tudo o que seja pintar, desenhar, fazer esboços, brincar com canetas de feltro, experimentar um novo material, desenhar padrões, bordar. Tento não pensar demasiado sobre a “qualidade” ou o potencial que tem o que estou a fazer, e simplesmente divertir-me enquanto o faço. (Deixem-me que vos diga: não é nada fácil!)

Estou longe de ter imenso tempo livre, mas o pouco que tenho quero poder ocupá-lo a fazer coisas que me dão prazer. Entre elas está fazer coisas com as minhas mãos, aprender novas técnicas de tricot, por exemplo, ou combinar cores e pontos no meu bordado.

Sabem aquela sensação de quando estamos num avião que vai descolar e usa toda a força dos seus motores para lutar contra a gravidade? E depois, uma vez que está no ar, quase parece flutuar sem esforço? É exactamente assim que a coisa se processa para mim: custa-me começar um projecto novo, montar o cavalete e abrir as tintas, ir buscar o bastidor de bordado e pensar nas cores que vou usar. Mas uma vez que comecei, tenho aquela sensação de estar ali, presente, focada, a flutuar sem esforço naquela actividade. É tão gratificante.

O Clube de Bordado air é a minha estratégia para combater a minha tendência natural de adiar o começo de algo novo, pois ajuda-me a responder à pergunta: “o que é que vou começar hoje?” (uf, só de pensar em todas as opções já fico cansada…). Adoro criar cada uma das receitas para os membros, enquanto imagino onde cada um borda, o que ouve e vê à sua volta. Gosto de imaginar no que estarão a pensar enquanto bordam aquela figura, ou rematam a ponta do fio.

Para além disso, penso que as receitas de bordado que os membros recebem funcionam como um convite para iniciar algo novo, sem a dificuldade de decidir o quê. São um passaporte para aquele país em que estamos completamente focados e a desfrutar o que estamos a fazer. Pensando bem, é uma óptima forma de passar o pouco tempo livre que temos.

(Rapidamente, e antes de me despedir, queria só lembrar que os preços para aderir ao Clube de Bordado vão subir a partir do dia 1 de Setembro de 2015. Até lá, junte-se ao nosso grupo, cheio de gente simpática, gentil e prestável, ao preço actual.)

Join our community, start beautifying your life!