Silk threads of the past

We're lucky here because we have a "haberdashers' lane", filled with exactly that. Rua dos Retroseiros, aka Rua da Conceição. #lisboa #Lisbon #portugal #p3top

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An update on the fundraiser in memory of our son Daniel: thanks to you, we have been able to double the initial goal. The campaign is on until June 21st, and until then please keep sharing the link (http://www.airdesignstudio.com/daniel) with your contacts by mail and social networks and donating, if you can. We have scheduled a meeting with Operação Nariz Vermelho to personally deliver this fantastic donation to them. We will keep you posted. Thank you, thank you!

After having lived in the New World for six years, I feel that Lisbon has layers and layers of little treasures, hidden in plain sight, waiting to be (re)discovered.

As was customary in many medieval cities, downtown Lisbon’s streets had unofficial names describing the craftspeople trading there. One of my favorite streets in the city is the haberdashers’ street (how unexpected, right?), officially known as Rua da Conceição, where to this day about ten different haberdashers are located. Entering one of these is nothing short of stepping into a cave full of treasures, where everywhere you look there’s an interesting notion or supply to see.

A few weeks ago I started feeling the itch to experiment embroidering with silk thread. I discussed it with the members of the air Embroidery Club and thought about running an online research to find some options. But then I remembered I shouldn’t purchase anything online until I had made a proper expedition to our local haberdashers’ street, which I finally did last Friday.

This was another travel back in time experience for me. These shops are mostly the same way they were in the beginning of the twentieth century, and the inventory may or may not date back to that time, too. So it’s all a matter of perseverance – and a bit of luck – until you find what you wanted (or even better).

In the second shop I found what I was looking for: beautiful embroidery silk threads of two different brands, one national, one from the UK. Both brands discontinued, these were the remnants of a decades old inventory. The factories themselves have been shut. These threads? These would probably be impossible to find online, and even if they are available that way, there’s nothing like seeing them in person. Online shopping is great, and convenient, but it’s not the same as rolling up your sleeves and diving into the treasures hidden in local, traditional shops.

I love Lisbon.

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This was the juice of my expedition downtown, looking for #silk #embroidery floss. Found delicious treasures, only to be disappointed that these have been discontinued and the factories closed. Can't wait to work with them!

Antes do post desta semana, uma actualização da campanha de angariação de donativos em memória do nosso bebé Daniel: graças à ajuda de todos, conseguimos duplicar o nosso objectivo inicial, o que é absolutamente fantástico. A campanha dura até ao dia 21 de Junho, e por isso peço-vos que nos continuem a ajudar partilhando o link (http://www.airdesignstudio.com/daniel) com os vossos contactos, por mail e nas redes sociais; e também fazendo um donativo, se possível. Já temos uma reunião agendada com a Operação Nariz Vermelho para irmos pessoalmente entregar o nosso donativo colectivo. Bem hajam!

Após seis anos a viver no Novo Mundo, noto que Lisboa tem pequenos grandes tesouros escondidos à vista de todos, à espera de serem descobertos. Os retroseiros da Rua da Conceição – ou dos Retroseiros – são disso exemplo. Entrar numa destas lojas é como chegar à gruta do Ali Babá, repleta de tesouros.

Há umas semanas atrás comecei a sentir vontade de experimentar bordar com fios de seda. Depois de começar com o de algodão e ter experimentado o fio metálico (com quem mantenho uma relação de amor-ódio), chegou a vontade de experimentar uma fibra diferente. Falei desse assunto com os membros do Clube de Bordado air e parti para a pesquisa online. Até que me lembrei que não deveria encomendar nada sem antes visitar o epicentro do universo retroseiro, ali na Baixa Pombalina. A minha expedição foi na sexta-feira passada, e foi uma viagem coroada de êxito e de plena de novas experiências para contar.

Entrar nestas retrosarias é entrar num mundo sem pressas, onde antes de escolher se vê, se toca, se sentem as opções. Comparam-se cores, tecidos, texturas. Vem-se à janela, para ver à luz do dia, e espreita-se debaixo da luz artificial. De lá de dentro, do armazém, vêm tesouros, caixas com fios de seda, “trago-lhe tudo o que temos, menina, ora veja lá”. E foi assim que me deliciei a escolher, com vagar, os fios de seda que adoptaria como meus. Somos felizes, agora, os meus fios de seda e eu.

Os fios de seda que comprei são de duas marcas que já morreram, feitas em fábricas que já fecharam. São restos de um catálogo com muitos anos, de uma encomenda que nunca voltará a ser feita. E por isso ainda mais preciosos.

Não há dúvida de que as compras online são práticas, e aproximam-nos de materiais aos quais não teríamos acesso de outra forma. Mas nada bate as compras no comércio tradicional, nada bate sentir o toque e o brilho dos fios. Nada.

E é também por me proporcionar estas experiências que eu adoro Lisboa.

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One comment

  1. méri says:

    Nas nossas cidades se entrarmos por vielas e ruas estreitas encontramos, por vezes, esses tesouros.
    Aconteceu-me há anos em Bragança numa rua pequena e estragada, mas bem perto da Sé. Encontrei sedas vegetais antigas, não sedas naturais. Essas sedas por serem mais económicas foram usadas para (durante as guerras e pós guerras) substituírem a seda natural nos bordados de Castelo Branco, só quem podia é trabalhava com a seda natural.
    Segundo a pessoa que me vendeu eram à época vendidas exclusivamente a pescadores (de rios) para com o seu brilho servirem de isco para os peixes. Contei isto à Mary Corbet que me respondeu que já estivera num armazém a comprar sedas e se cruzou também com esses pescadores para o mesmo efeito.
    Peço desculpa pelo lençol – já contei isto no blogue, mas já há bastante tempo…

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