Last week I watched the movie “Jobs”, which depicts part of Steve Jobs’s life. According to the movie and many accounts, Jobs was not an easy person: he was irascible and ruthless when it came to business. Inspite of his bad temper, he was absolutely genius in the way he saw possibility where no one could see it. His keen eye for what could be and his sense of business made him surround himself with the best talent and make technological dreams come true.
The movie made me think about one specific misconception I face again and again: many believe that creativity is something exclusive to people related to the arts, design, music and literature. Either you’re born with it, or you’re not. I disagree.
I find that people often equal creativity to a talent in execution (in arts, music, literature). However, I believe creativity lies upstream. In my opinion, creativity is for the arts the same that a computer is for a printer. “Talent” is just an expression of creativity, not creativity in itself.
My family, for instance: there are several physicians and surgeons, as well as many lawyers. I see doctors thinking about symptoms and discarding possibilities, combining the information they have in different ways to come up with an answer. The same happens to lawyers, who must relate different bits of information to combine it into a coherent argument.
I see creativity in mothers educating their children and distracting them away from their tantrums.
In short, I see creativity whenever someone combines information in a new way, to come up with a new solution to a problem. Sure, artists are constantly faced with composition, balance and other problems – therefore they are being creatively challenged. But they’re not the only ones.
So, I ask you: what do you think about creativity? How have you been creative today? Comment below!
*
Ontem fui ver o filme “Jobs”, que retrata parte da vida de Steve Jobs, um dos fundadores da Apple, marca de que sou cliente e cujos produtos adoro. Pelo que conta o filme e conta quem com ele lidou, Jobs não era pessoa de convívio fácil, sendo muitas vezes irascível e absolutamente impiedoso nos negócios. Mas era absolutamente genial ao ver nos problemas um potencial que mais ninguém via. Um génio criativo que se rodeou de uma equipa que possibilitou que os seus sonhos se materializassem e fossem conhecidos no mundo inteiro.
Isso fez-me pensar numa ideia pré-concebida – na minha opinião, completamente errada – de que a criatividade é coisa que só algumas pessoas têm, nomeadamente as ligadas às artes, ao design e talvez às letras.
Fico perplexa de cada vez que alguém me diz não ser criativo. Constato, com apreensão, que chegámos a um ponto em que se faz equivaler a criatividade a um determinado talento inato para a execução (nas artes plásticas, na música ou nas letras), e esquecemo-nos que está muitíssimo a montante.
A criatividade está para as artes plásticas assim como o computador está para a impressora: o “talento para as artes” é só uma forma de expressão da criatividade, não a criatividade em si.
Na minha família há bastantes médicos e advogados. Quando vejo os médicos a darem voltas à cabeça para despistar doenças, juntar sintomas e tentar uma abordagem diferente a um mesmo problema – aí vejo criatividade. Os advogados da minha família são peritos em argumentação: vejo neles muita criatividade ao encontrarem pontos de vista que nunca me tinham passado pela cabeça, ao relacionarem detalhes aparentemente desconexos numa linha de raciocínio coerente.
Vejo criatividade nas mães que educam os filhos e lidam com os momentos mais difíceis com graça e elegância, distraindo-os; quando encontram formas de distrair os filhos e fazê-los esquecer a birra que aí vinha, eu vejo criatividade.
Na verdade, eu vejo criatividade sempre que é preciso resolver um problema de uma forma nova. Quando se puxa pela cabeça para juntar as peças de maneira diferente, quando se encontra uma forma nova de superar um obstáculo.
É certo que os artistas plásticos são criativos: também eles estão constantemente a resolver problemas conceptuais, de composição, de equilíbrio. Mas não são os únicos.
Gostava de saber qual a vossa opinião acerca da criatividade e de saber de que forma foram criativos hoje?
You must be logged in to post a comment.