Month: October 2011

Issue 17 is out!

We´re in Panama, issue 17

Issue 17, about crazy names in Panama, is out. Download it free right here. I hope you have as much fun reading it as I had putting it together.

Also, visit our facebook page or keep updated by following me on twitter.

Sopa de tortilha, iguaria mexicana

Sopa de tortilla

Uma das coisas boas dos nossos dias panamenhos é a intensíssima vida social que levamos. Como este é um país com muitos, muitos imigrantes – só a empresa em que o Príncipe trabalha, diz-se, deslocou para cá mais de 600 famílias -, há muita gente com a mesma disponibilidade que a nossa. Ao contrário do que acontecia na Argentina, onde quase só tínhamos amigos locais, aqui as pessoas estão longe das respectivas famílias e por isso acabam por criar laços com mais facilidade.

Terminado o preâmbulo, é fácil entender que nos damos com muita gente, de muitas nacionalidades diferentes. E porque gostamos de comida – e diz que há mais gente que partilha esta loucura – criámos, assim meio por acidente, um Clube de Cozinha com mais dois casais. Os jantares vão alternando em casa de uns e de outros e cada qual apresenta uma iguaria do seu país.

Ora uma das primeiras sessões foi de comida mexicana, feita por uma mexicana, e foi uma delícia. Começámos com uma magnífica sopa de tortilla, acompanhada de abacate e queijo fresco. O impacto nas nossas papilas gustativas foi tal que a nossa anfitriã nos forneceu genuínas tortilhas para repetir a experiência em casa.

Igual, igualzinho? Não. Bom? Sim, senhores leitores. Uma delícia. E fotografei, como podem ver acima.

Gracias, Wicha!

Em três dias apenas

Estivemos nesta casa mais de um ano sem ver praticamente fauna nenhuma. Nos últimos três dias, por uma qualquer razão que desconheço, já avistei osgas – três vezes, pelo menos de dois tamanhos – e uma gigantesca barata.

Nos meus tempos de Macau, as baratas eram visitas assíduas, por isso até estava a estranhar a sua ausência panamenha. O que me surpreende é que todos estes episódios sucederam no espaço de três dias. Três.

Hmmm.

Entre o Panamá e as memórias de Buenos Aires

Hoje estive a fazer tempo num lugar onde estava um piano de semi-cauda a ser tocado. Um lugar de passagem, o pianista já devia estar habituado a não receber a menor atenção porque, como estratégia, pegava as canções umas às outras, como se de um comboio se tratasse. Quem não estivesse atento, ouviria uma única canção, lá ao fundo.

Enquanto o ouvia lembrei-me de uma episódio ainda em Buenos Aires, mesmo antes de nos mudarmos para o Panamá.

Certa noite, por um passeio de uma qualquer rua da cidade, olhei para baixo – precaução imprescindível para não pisar “minas” nem tropeçar em lajes levantadas – e vi uma nota de cinquenta pesos (a taxa de conversão aponta para os dez euros, mas naquela altura equivaleriam em termos de poder de compra a uns vinte e cinco euros). Olho para todos os lados, porque cinquenta pesos a menos iria fazer muita diferença à pessoa que os tivesse perdido. Não vi ninguém, de maneira que peguei na nota e levei-a na mão, determinada a entregá-la ao primeiro sem-abrigo que encontrasse. Afinal de contas, aqueles cinquenta pesos não eram meus.

Por acaso do destino, não me encontrei com nenhum; nem com malabarista de semáforo, nem senhora com o filho ao colo a pedir comida. Não encontrei ninguém.

Os dias foram passando e a nota de cinquenta pesos continuava dobradinha à espera de ser entregue, até que na última noite em Buenos Aires, já a achar que não íamos encontrar ninguém, decidimos que o que tinha que ser tinha muita força. Aqueles pesos não eram nossos, tínhamos de nos decidir.

Fomos jantar a um restaurante muito bonito, num palácio que pertencia ao clube dos franceses. Entrámos e parecia que estávamos noutro tempo e noutro lugar, a viver um daqueles ambientes vagamente coloniais, vagamente Hemingway, com bar de cocktails e cadeirões de cana num pátio interior.

A sala de jantar tinha uma lareira grande onde pousavam as garrafas de vinho; a ementa do dia era declamada pelo cozinheiro. O jantar foi uma delícia, claro está, e o ambiente completado com um piano tocado ao vivo, numa sala ao lado, por um pianista que não recebeu uma única palma durante toda a noite.

No fim do serão, o músico veio às mesas recolher as suas gratificações: já tínhamos decidido que era aquela a pessoa que ia receber os cinquenta pesos. O pianista recebeu a nota, teve um momento de hesitação e espanto, depois olhou-nos emocionado. Não era preciso, não era preciso…

Ele não sabia, mas naquela noite calhou-lhe a ele receber o agradecimento que devemos a tantos pianistas de tantos lugares de passagem e que nunca recebem um olhar sequer de reconhecimento.

O senhor de hoje, surpreendido com as palmas, veio-me perguntar se gostava de música. Sim, gosto, e ainda mais tocada ao vivo.

Shop update!

Cowls

Cowl V
Cowl V

Cowl VI

Cowl VI
Cowl VI

Cowl VII

Cowl VII
Cowl VII

Cowl VIII

Cowl VIII
Cowl VIII

The shop was just updated with four beautiful new cowls. They´re handknitted, with undyed pure merino yarn. Cowls V, VI and VII are neckwarmers – they fit with ease around the neck; cowl VIII is a large neckwarmer, that can be lowered to cover the shoulders as well.

You can order them online or by sending an e-mail. Rush: fall weather is around the corner…

*

A loja acaba de ser actualizada com quatro apetecíveis golas tricotadas à mão. Em pura lã merino, não tingida, são extremamente suaves e aptas para serem usadas em contacto com a pele, mesmo a do pescoço.

As golas V, VI e VII são para usar à volta do pescoço; a gola VIII, maior, tanto pode ser usada no pescoço como descida para os ombros.

Para encomendar, basta visitar a loja ou então mandar um e-mail. Que bom que o frio está a chegar!

Shop update and other thoughts

Cowl VIII

Spent most of my day updating the abbrigate* online shop with four new hand-knitted cowls.

I´m currently working on three major projects, plus some others that, at this point, are satellital. I like switching between them, so as not to get tired of one specific task… but sometimes juggling gets hard and it feels like my attention is a bit scattered.

How do you prefer to work? One project at a time? Several?

Yoga à luz das velas

Esta manhã acordei mais tarde que o habitual: o dia estava tão escuro que o meu despertador natural não funcionou. Cheia de preguiça, arrastei-me para fora da cama. Preparei-me para sair para a aula de yoga, mas lá fora chovia tanto…

Deu-me a preguiça, muita preguiça, e só me convenci quando pensei que fazer yoga com a chuva a cair seria certamente muito bom.

Lá fui eu. Cheguei encharcada, como se previa, apesar desse facto cá ser pouco relevante – com o calor que faz, não há inconveniente em molhar o pezinho, ele seca logo a seguir.

Quando cheguei, lembrei-me; e sugeri ao professor acendermos umas velinhas. Que achava ele? Ele não só não hesitou como acendeu uma vela em frente de cada aluno e toda a aula foi dada em função da vela, à volta da vela.

Foi uma aula especial, e especialmente boa.

Não foi novidade para mim, mas confirmei que vale a pena vencer a preguiça e ir: saio de lá mais alta, mais magra e mais sorridente do que entrei.

Catarina´s blanket

Catarina´s blanket

Catarina´s blanket

Catarina was born last Friday. To welcome her, an all-cotton baby blanket was waiting to take her on her ride home from the hospital.

To order, send us an e-mail.

*

A Catarina nasceu na sexta-feira passada. Cá fora, uma mantinha bordada esperava-a para a acompanhar na sua viagem até casa.

Bem-vinda, querida Catarina!

Para encomendar uma manta personalizada, escreva-nos.

Viva o surf!

Dado que um dos meus objectivos do ano era aprender a fazer surf, há uns meses atrás pusemo-nos a caminho da escola recomendada, a Panama Surf School, equipados com as lycras de manga comprida – e com super-mega protecção solar – e os calções de perna também comprida, já que a pele esfolada pela prancha não é agradável, sobretudo tendo em conta que a água do mar é, enfim, salgada.

Surf lessons in El Palmar, Panamá

A escola fica a cerca de 100km da Cidade do Panamá – perto, portanto -, numa pequena aldeia chamada El Palmar, na costa do Pacífico. Para cada dois alunos há um professor dentro de água connosco, a ajudar-nos a apanhar as ondas e a apontar os detalhes a corrigir. Quando o mar está calmo, conversamos, tiramos dúvidas, fazemos-lhe perguntas. Quando o mar está mais agitado, levamos tareia, ele mais que qualquer um de nós.

A rua da nossa escola está ladeada de mangueiras, árvore que eu nunca tinha visto com olhos de ver. Desconhecia o porte, a forma da folha e o aspecto do fruto. Tudo isso mudou quando chegámos pela primeira vez, em plena época de manga – e sentimos um forte cheiro a fruta e muita, muita manga caída no chão.

Olhámos para cima e vimos as copas das mangueiras:

Mango trees

Olhámos em frente e vimos…

Iguana having mangoes...

…a senhora iguana, que se regalava com o pitéu que a esperava no meio da rua.

Observações à parte, lá dentro receberam-nos assim:

Surf lessons!

Era hora de ir surfar!

Em noites pós-aulas de surf dormimos tão, mas tão bem! Ah, que regalo…

Waiting

waiting

When I know I am set up for some waiting time, I bring something to keep me occupied. Mostly, work, some ongoing illustration or knitting project, or my plain old graphic diary.

Pages turn out as they do – composition is somewhat a by-product of spontaneity. I like sketching without worries, just for the sake of it.

This spread shows some waiting time at a doctor´s office and my students, while they sketch themselves.

Edible eye candy. Or the other way around?

Doces regionais algarvios

Doces regionais algarvios

I don´t particularly have a sweet tooth; if anything, I have a sweet eye. That´s probably why I love these almond and egg sweets so much. A tradition in Algarve, continental Portugal´s southernmost region, they are shaped and coloured like flowers, fruits and animals and taste as good as they look. Some of them are filled with eggs (the yellow part); some are not. They´re roughly the same size, but some informed voices (the lovely waitress in Albufeira) claim that “bananas are bigger than the rest”. She always got in trouble for picking banana-shaped ones out from the bunch!

"Bai mantinha feliz boando" finished

"Bai mantinha feliz boando" baby blanket

"Bai mantinha feliz boando" baby blanket

"Bai mantinha feliz boando" baby blanket

"Bai mantinha feliz boando" baby blanket

A new baby blanket was finished and shipped and is now waiting for its owner to be born. See photos of its progress here.

To order a baby blanket (or any abbrigate* product) or any enquiry you may have, drop us an e-mail and we´ll answer shortly.

*

Uma nova mantinha bordada já está na sua nova casa à espera que a sua dona nasça.

Para qualquer pergunta ou para encomendar uma manta (ou outras peças abbrigate*), basta escrever-nos um mail.