Month: March 2011

Nós e a crise

A minha amiga Fungagá disse-o muito bem: enquanto continuarmos a usar o crescimento (e o PIB, de caminho) como único sinónimo de crescimento, a coisa não vai lá.

Primeiro, porque nem só de PIB se faz a realidade. Sabiam que o PIB contabiliza todas as transacções, sejam elas por coisas positivas (como a venda de produtos transformados, por exemplo) como também negativas (despesas com acidentes de viação ou vandalismo)? De que forma é que o dinheiro gasto a limpar grafitis é positivo?

Na minha opinião, o progresso é mais que o crescimento. É mais que o somatório das transacções de um país. O progresso é bem-estar, é respeito pelo ambiente, é ar puro nas cidades e água potável nas torneiras. É um sistema de transportes públicos integrados, uma rede de cuidados de saúde pública (que, apesar das muitas queixas, existe, lembrem-se disso). O progresso é também poder trabalhar de casa, receber um salário que mereça esse nome e é também cultura, acesso a cinema, teatro e museus. É isso tudo, muito mais que um número, um déficit ou tantas outras percentagens que nos querem atirar à cara a todo o instante.

Não digo que não exista crise em Portugal. Existe. Mas é sobretudo uma crise de confiança. Nós, portugueses, choramos um bocadinho, mas também somos trabalhadores. Sejamos empreendedores, arrisquemos, lutemos. Se for preciso ampliar o mercado, ampliemo-lo: porquê limitarmo-nos a Portugal? Se for preciso emigrar, emigremos. Não vou dizer que não tenho saudades, porque tenho, mas viver fora faz muito bem. Se para mais não servir, dá para ver o país fantástico que temos, mas que tão mal amamos.

Para gostarmos um pouco mais de nós e do nosso país, vale a pena ler este texto, que já correu por e-mail e agora reli numa página de facebook. Fala de invenções, iniciativas e exemplos de êxito dos nossos, amplamente reconhecidos no estrangeiro mas pouco conhecidos dentro das nossas fronteiras.

Penso que mais auto-confiança, a nível nacional, nos vai fazer muito bem. Havemos de conseguir, com as nossas ideias, o nosso trabalho, as nossas iniciativas. Independentemente (ou devo dizer “apesar”?) das cores do futuro governo.

Queiram-me desculpar, caros leitores não-portugueses. Às vezes é preciso mudar um pouco o registo! Mas qualquer dia volto aos fait-divers da vida no Panamá.

Baby blanket in action

Baby blanket in use I

Baby blanket in use II

This has got to be the best prop I ever found for a baby blanket photoshoot. Don´t you agree? 🙂

What next?
Check out other products currently on our shop, or send us an e-mail if you want anything custom ordered!

Fresca, fresquinha: a zine de Março!

"We´re in Panama" issue 10

Quem quer ler? É só descarregar, imprimir, dobrar. Para quem não quiser imprimir e dobrar, pode descarregar e virar a cabeça.

Espero que gostem!

“We’re in Panama!”, issue #10

"We´re in Panama" issue 10

March issue is here! Download it now.

This has been a terribly busy month. Mostly, I try to do as many things as I can early in the morning, because afternoons are harder for me to concentrate. Maybe it is the intense humidity combined with the heat; maybe it´s the kind of dimmed light we now have in the afternoons, as the regular lunchtime daily storm has made its entrance into the wet season routine. All in all, hard work is paying off and this month´s “We´re in Panama!” is about goals: the ones that have been accomplished so far and the ones that haven´t.

I hope you like it!

Vale mesmo a pena ver!

Ora vejam. São cinco minutos muito bons.

Second portrait

Retrato II | final

March Challenge is underway here and so far it has produced very unexpected results. First, I finally tried my hand at portraits; second, and most important, I´m enjoying painting portraits very, very much. I didn´t expect that!

Then, I found out that Monday is the worst day to go and pick up the brushes. I don´t know if it is the weekend effect; I just know that I found numerous excuses not to start painting. But finally I did, and those few minutes were precious. Not only they were a bit like therapy, they were also a victory of sorts against the little red laziness devil that was threatening me. Beating that resistance was actually very rewarding – it´s amazing how difficult it is to keep good habits.

Now we´re past the middle of the month and I´m loving this self-imposed “obligation” of painting every day. It´s amazing how it is beneficial more beneficial than words can describe.

Yay!

Pecha Kucha Night!

Pecha Kucha Night Panamá vol.5
Lisboa no Panamá

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Na quarta-feira passada estreei-me nas lides pechakucheiras. Para quem não sabe o que é, faço um resumo: é um evento em que várias pessoas apresentam os seus projectos, tendo apenas 20 imagens, cada uma durante 20 segundos. Isso perfaz um total de seis minutos e quarenta, de maneira que as mensagens têm de ser passadas de forma concisa.

A minha apresentação foi sobre a minha zine, um projecto que cada dia me é mais querido. Pedi a colaboração dos leitores para que me enviassem fotografias da zine nas respectivas cidades, e… o resultado foi o máximo, foi surpreendente! Cheguei à conclusão de que a zine viaja mais que eu (e tenho a sorte de viajar muito), o que é muito positivo num “filhote” de quase um ano.

O ambiente pechakucheiro é particularmente agradável porque, como me dizia o organizador, é de “zero stresse”. E a verdade é que me senti muito à vontade, não estava particularmente nervosa antes de subir ao palco e, lá em cima, o comboio partiu e não houve volta a dar.

Foi uma sensação maravilhosa estar a falar para aquele pessoal todo, sentir as gargalhadas que deram com as minhas piadas e ouvir os comentários no final, a curiosidade por saber onde encontrar a zine ou “como um estrangeiro vê o meu país”.

Obrigada a todos os que lêem a zine, me mandaram fotografias e me ajudaram a preparar esta apresentação. Agora, adeusinho, que tenho de ir fazer o número de Março!

Mais informação sobre a Pecha Kucha, a Pecha Kucha Panamá e muitas outras cidades onde se realiza este evento.

Isto é uma vergonha

esgoto a céu aberto

esgoto a céu aberto

E agora não estou a ser irónica. Isto é mesmo uma vergonha: há pelo menos quatro semanas que há um problema qualquer com esta tampa de esgoto e esta aguinha que vocês aqui vêem é isso mesmo, esgoto. Em dias normais, é só o cheirinho a maravilha; em dias maus, vêem-se pedaços de cocó e de papel higiénico a boiar. Bonita descrição, não?

Muitos condutores passam os seus carros por cima do rio do cocó com muita velocidade, levantando água e borrifando os transeuntes que seguem pelo passeio.

Quando passo de bicicleta, procuro a parte da estrada com menos água, ou seja, o mais encostado à esquerda possível. Só que isso, com um pouco mais de movimento automóvel, torna-se impraticável. E há também a própria da molha que o movimento rápido das rodas dos carros me proporciona, já que ninguém abranda ao passar ali.

Resumindo, vou da bicicleta directamente para o duche. Poupo-vos os detalhes.

Isto é uma vergonha

esgoto a céu aberto

esgoto a céu aberto

E agora não estou a ser irónica. Isto é mesmo uma vergonha: há pelo menos quatro semanas que há um problema qualquer com esta tampa de esgoto e esta aguinha que vocês aqui vêem é isso mesmo, esgoto. Em dias normais, é só o cheirinho a maravilha; em dias maus, vêem-se pedaços de cocó e de papel higiénico a boiar. Bonita descrição, não?

Muitos condutores passam os seus carros por cima do rio do cocó com muita velocidade, levantando água e borrifando os transeuntes que seguem pelo passeio.

Quando passo de bicicleta, procuro a parte da estrada com menos água, ou seja, o mais encostado à esquerda possível. Só que isso, com um pouco mais de movimento automóvel, torna-se impraticável. E há também a própria da molha que o movimento rápido das rodas dos carros me proporciona, já que ninguém abranda ao passar ali.

Resumindo, vou da bicicleta directamente para o duche. Poupo-vos os detalhes.

Pecha Kucha Night in Panamá

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Pecha Kucha Night Panamá vol.5

Last Wednesday vol. 5 of Pecha Kucha Night Panamá took place in the Arco Chato, in Casco Viejo. The setting, an ancient monastery in the historical centre of Panamá City, had all the ingredients to be a perfect evening. Eleven people, myself included, told a story or shared a message with the audience.

I had a lot of fun putting together a presentation about my e-zine, specially because after having asked for the readers´ collaboration I received a an assortment of pictures from around the globe. Absolutely brilliant!

More info on Pecha Kucha Panamá, Pecha Kucha Night and a list of the cities where there´s an event.

More pictures of the evening.

Tweets japoneses

A notícia da tragédia no Japão na sexta-feira passada tem sido badalada e rebadalada na comunicação social, normalmente com um enfoque no volume de destruição que o país sofreu.

Sem querer diminuir os efeitos do gravíssimo sismo e das sucessivas ondas do tsunami que destruiu tudo à sua passagem, gostaria de partilhar aqui o link para tweets japoneses (traduzidos para inglês), onde várias pessoas vão contando os pequenos gestos de ajuda que receberam de desconhecidos. Impressionou-me particularmente os sem-abrigo a partilharem os seus caixotes de cartão com as pessoas à espera de transportes públicos.

Para ler, emocionar-se e partilhar.

(via skinny la minx)

Uma nova aventura

Hoje lancei-me numa nova aventura, a de circular de bicicleta pelas ruas desta cidade. Ensaiei mentalmente o percurso até à minha aula de yoga (é perto), ponderei sobre se devia ir pelos passeios (quando existem) ou pela estrada, junto aos carros. Optei pela segunda alternativa, apesar de tudo, mais… existente.

Preparei-me mentalmente para a enxurrada de piropos e assobios. Segurei a perna da calça de yoga, o tapete às costas e a mala a tiracolo. E lá fui eu, seguindo o trânsito e respeitando semáforos (não é no Panamá que vou tentar a minha sorte passando um sinal vermelho).

Poucos minutos depois cheguei à aula de yoga, sem sustos para contar. Os carros, talvez espantados com a audácia, foram respeitadores, sem sequer apitar! Piropos? Nem ouvi-los. E isto, senhores leitores, é muito surpreendente, dado que de cada vez que ponho o pé na varanda (relembro, 49.º piso) é uma catarata de assobios, “píntames” e afins.

Quando cheguei à aula e estava a acorrentar a bicicleta a uma grade, veio o porteiro do edifício dizer-me que iam lavar aquela secção e que teriam de molhar a bicicleta, não a quereria eu guardar no cubículo perto das escadas? E assim foi. Acho que se não tivesse ido de bicicleta não seria alvo de tanta amabilidade.

Portanto: andar de bicicleta no Panamá – 1; medo de andar de bicicleta porque estes tipos têm uma condução atroz – 0.

Amanhã lá vou eu outra vez.