Finalmente, casa

Home.

Os nossos móveis chegaram. Após quatro meses e meio, ou devo dizer, após longuíssimos quatro meses e meio, temos uma casa que começa a parecer um lar. Não dá para descrever a alegria de dormir na minha cama, sobre o meu colchão, com a cabeça na minha almofada – já nem me lembrava que era assim tão suave.

A abertura dos caixotes assemelhou-se muito à noite de Natal, com toda a expectativa e a surpresa de abrir um pacote que tem – ou não – algo que suspeitávamos que lá poderia estar. Encontrei cartolinas, tintas, pincéis, tesouras, telas. Encontrei a minha máquina de costura, da qual tantas saudades tinha, e o meu cavalete, que ainda não tive oportunidade de estrear.

Desde Março que não pinto (perguntem à alfândega argentina porquê, que eu já não tenho paciência) e desde Maio que não faço a maioria das coisas que fazia no meu estúdio em Buenos Aires.

É bom ter as nossas coisas de novo perto de nós.

Agora sim, parece que vivo cá no Panamá.

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