Month: August 2010

Foi você que pediu um post sobre gastronomia?

chocolate

Não é que qualifique exactamente como gastronomia, mas acho que todos podemos benevolamente incluir a iguaria na categoria de alimentos. Vá, não que seja um alimento absolutamente essencial (quem disse, quem?), mas que a vida com chocolate é melhor, lá isso é.

Num dos passeios ao Casco Antiguo vi um café que tinha cá fora um dístico a anunciar “organic chocolate”. Não hesitei: jamais hesito quando a causa é boa.

E foi assim que descobri este chocolate de agricultura biológica, nacional, mais concretamente de Bocas del Toro. Curiosamente, comprei duas barras e, acredite-se ou não, ainda não as terminei. E não é por falta de gula. É que o chocolate é tão bom e tão potente que, com apenas um bocadinho, fico satisfeita.

O problema é que provar este chocolate é um caminho só de ida: quem o prova não volta atrás. De agora em diante, a coisa fica difícil para as multinacionais chocolateiras…

Para começar bem a semana…

August issue is out!

…e adoçar um pouco o regresso ao trabalho, já está online a última edição da zine “We´re in Panama!”. Está aqui, é só clicar, descarregar, imprimir e dobrar. E ler e comentar!

Espero que gostem!

As edições anteriores estão aqui: Julho e Junho.

E-zine’s August issue is out!

August issue is out!

To make your monday a sweeter, here´s a link to this month´s issue of the e-zine “We´re in Panama!”

I´m enjoying working on my zine so much, that sometimes find myself thinking about new themes for upcoming issues, about what new materials I want to try or just connecting new and inspiring information I find in everyday and making into a possible zine format. This is fun – a lot of work too, of course, but basically, fun.

What is best about the zine is to receive your comments, so please write to me and tell me what you liked – or didn´t!

To check out previous issues, click here: July, June.
Have fun!

Mercado de Abasto

mercado

A Cidade do Panamá não é conhecida por ser um destino pululante de eventos e distracções, por isso, cada fim-de-semana escolhemos uma coisa nova para ir visitar. Com três meses cá, já fomos a muitos sítios que os próprios panameños não conhecem – isto dito por uma local, entenda-se.

Uma das excursões de fim-de-semana, já repetida, foi ao Mercado de Abasto. A primeira dificuldade é encontrá-lo, porque não se trata de um mercado como nós estamos habituados. A entrada é escondida e confunde-se com a entrada para um parque de estacionamento. Dentro do recinto, há um pavilhão para as vendas a grosso e, cá fora, dezenas de pequenas lojinhas fazem a distribuição a retalho.

É toda uma experiência antropológica a preço de feira: o ananás custa 75 cêntimos, o molho de couves 5. Deve ser dos poucos sítios onde uma pessoa pode ser consumidoramente feliz com notas de um dólar.

Na primeira visita aproveitámos também para perguntar os nomes das coisas, já que apesar de a nossa mudança ter sido dentro do universo hispanófono, a maioria dos nomes de fruta, verdura e roupas muda. De maneira que conhecemos o chaiote – o “nosso” xuxu, creio – e o culantro – de cheiro e sabor muito parecidos ao nosso coentro, mas com folha longa, estreita e com piquinhos. A maior estreia do dia foi o sapote, uma fruta que fechada parece um pião, aberta parece um presente, e na boca é fibrosamente deliciosa. Sabem a fibra da manga? Aquela que fica teimosamente agarrada em tudo o que é dente, desde o incisivo até ao siso, lá atrás onde ninguém chega? Pois a do sapote não tem nada a ver. Entra, sai, desce e já está, segue caminho despachado esófago abaixo. A única coisa é o tamanho do caroço: quase do tamanho do da banana, com a (mínima) diferença de que não é comestível.

Resumindo: com uns míseros 5 dólares fazemos a festa, compramos fruta e verdura para toda uma semana e quiçá algo mais. Tirando a trabalheira de explicar que não precisamos do saquito de plástico, é todo um êxito.

A paragem seguinte é o Mercado de Mariscos, mas isso fica para outro dia.

Chuving e inunding

chuving e inunding

Quando chove muito, a rua inunda-se. Rapidamente percebemos porque é que toda a gente recomenda comprar um carro alto, mesmo para andar na cidade.

E o que fazem os transeuntes? Pois fazemos isto: andamos de chapéu-de-chuva apontado ora para a água que cai do céu, ora para a água que vem de baixo, espirrada pelos carros que teimam em rodar rápido. Ali, pé ante pé sobre a corda bamba que é o separador central, parecemos dançar uma coreografia de cabaré mal ensaiada.

Os meus pés escorregam dentro das sandálias e as minhas gargalhadas não me ajudam a manter o equilíbrio. E ouço:

Dale, mamita, si se cae la agarro!

Enquanto a poeira não assenta (e espero pelo sofá)…

…andamos nisto:

Trata-se de um novo modelito para o abbrigate*, inspirado nos deliciosos lenços dos namorados. O tecido, de algodão, é estampado com um dos motivos tradicionais dos indios Kuna do Panama. E a frase, essa, é bem portuguesa.

Here’s a little preview…

…of what will be coming up in abbrigate* very soon:

A new take at the traditional portuguese lover’s handkerchiefs, these babes will be ready soon for your (and our) enjoyment!

Still settling down

It feels like this move from Argentina to Panama is taking forever to accomplish. We have been here for almost three months now, but still having this “we’re camping” feeling. Our boxes are due out of the port of Buenos Aires today, but no one knows for sure if that ship will sail – and I mean it literally.

Among the new flat related activities, and still without a desk to speak of (or a good internet connection, really), I’ve been working on this:

They’re new designs coming soon to abbrigate*, inspired by the traditional portuguese lover’s embroidered handkerchiefs. I think that they are beautiful, even if you can’t read the messages. But reading them in all their unorthodox orthography glory certainly adds to the charm.

Speaking of embroidery – now this is a long topic – the Museum of Art and Design in New York has a wonderful book about it, more specifically a catalogue of one of its exhibitions, featuring plenty of interesting artists who use embroidery as a medium. I was a bit disappointed to see that portuguese artist Lourdes Castro wasn’t featured, since she was already using embroidery back in the sixties, I believe. (here’s a pdf for a more comprehensive outlook on portuguese contemporary art, you can download this pdf; a very succint presentation of artist Lourdes Castro is available here)

The catalogue is, however, a very interesting source of inspiration served as the final push to get hold of the (sewing) needles. It felt, from the beginning, like a whole new world was opening ahead of me and that this was another perfect medium to go on illustrating. I’m in love with it, can you tell?

Just don’t ask me to cross-stitch. It’s still a taboo after all those years in school, filling enormous surfaces with tiny little crosses. No. Maybe one day, but certainly not now.

Enquanto ando em mudanças…

Sinalética no Panamá

…tenho muitos episódios caricatos para contar mas pouca disponibilidade para o fazer. Por isso, deixo aqui um exemplo da sinalética no Panamá, mais precisamente sobre o Cerro Ancón, a colina que coroa a cidade.

A designer maila ilustradora que vivem dentro de mim estremeceram de alegria ao ver estas colunas e não descansaram enquanto não as registaram fotograficamente. Aqui está, divirtam-se.

Way finding in Panamá

Sinalética no Panamá

There are some things about Panamá that just make this an endearing place. One of those is this set of signs located at the top of the hill that crowns the City, Cerro Ancón, pointing to places of interest in the city. I find this naive charm somewhat irresistible, and, most specially, loveable.