Month: July 2010

Estou triste

Morreu o António Feio. Que pena.

Edito para acrescentar estas duas canções, interpretadas pelo Jorge Drexler. Sempre que ouço o “Stay”, penso no Patrick Swayze, que morreu exactamente do mesmo mal. E quando ouço “Sea”, penso na querida Mercedes Sosa, que teve a boa ventura de morrer velha e de nos deixar muitas canções bonitas.

Esta manhã, no Casco Antiguo

Plaza Mayor, Casco Antiguo, Panamá

Esta manhã fui para o centro histórico da Cidade do Panamá para desenhar. É o meu bairro de eleição. Dos centros históricos hispânicos da América Latina, este é claramente um dos mais bonitos, até porque tem a imensa vantagem de ainda ter gente a viver lá. Gente que sempre lá viveu, que faz lá compras e que vai lá à escola.

E depois tem o Teatro Nacional, o Palácio do Governo e umas quantas igrejas e catedrais. E lojas, algumas para turista, outras bem escuras e a cheirar a humidade, com ventoinhas e velhotes à porta. Na Plaza Mayor, um engraxador sem trabalho e umas senhoras, penso que da brigada de limpeza urbana, a pôr a conversa em dia. Com muita calma, porque com o sol a queimar e o dia está lindo, estava um calor de não se aguentar. Que o diga a senhora da direita.

thursday, 9.30 am

Casco Viejo, Panamá

Plaza Mayor, Casco Antiguo, Panamá

"Hotel Colombia", Casco Antiguo, Panamá

Panama City´s historical centre (or the second historical centre, to be exact) is absolutely beautiful. It´s a mixed neghbourhood, with government houses and cathedrals and then schools and little, badly lit shops which smell like food and humidity. Walking there, there´s so much to see: a balcony here or a window there.

I foresee plenty of early morning drawing expeditions.

More images here.

Diz que a adaptação é isto – parte III

Tínhamos marcado ir ao consulado amanhã. Precisamos de nos ir inscrever, retirar um documento para termos a carta de condução cá, enfim, um par de assuntos que têm de ser resolvidos.

Preparámos documentos e fotografias (tarefa que merece todo um post) e o Príncipe libertou a manhã, na sua agenda, para lá irmos.

Por sorte, hoje ligou para confirmar – como vêem, estamos a aprender – e ficou a saber que amanhã não vai dar para irmos. Teremos de deixar para a semana que vem porque o computador do consulado está avariado.

Tal como leram: “o computador”, no singular.

Diz que a adaptação é isto – parte II

Outra particularidade do panorama imobiliário panameño é que os edifícios têm uma coisa chamada de área social. Geralmente inclui piscina e ginásio, às vezes campo de squash e sauna, nas versões mais mirabolantes até sala de cinema têm.

Pois, lá está, a adaptação é isto: é ter ginásio no prédio, sauna e piscina, portaria como se de um hotel se tratasse e cartãozinho para subir pelo elevador. Quão longe está a minha casa escura e escondida no Beco do Rosendo, com aquelas paredes de 1916, escadas praticamente medievais e um chão que baixava no meio das divisões.

Adaptemo-nos, portanto. Resta saber como será a adaptação ao mundo real quando sairmos do Panamá!

Diz que a adaptação é isto

Diz que sim, que a adaptação a um novo país é jogar com o que temos e não comparar com aquilo a que estamos habituados. Enfim, podemos ter um olhar crítico, mas não exageremos, até porque não se muda um país em dois dias – e nem sequer sabemos se o país quer ser mudado.

Ora toda esta conversa sobre adaptação porque hoje fui tentar alugar um apartado na estação de correios mais próxima.

Cabe aqui fazer um interlúdio para explicar que no Panamá não há entrega de correio porta a porta, até porque as portas não têm números e isso complica bastante o trabalho a um carteiro. Porque não há carteiro, nem distribuição porta a porta. Aliás, coisa bem curiosa, aqui as moradas são dadas com base em pontos de referência: “vá pela Via Espanha até ao Instituto X, vai ver a bomba de gasolina Y, na diagonal oposta vai encontrar Z e aí está o prédio Alegria de Viver. Contorne, e atrás vai encontrar a nossa loja.”.

Mas enfoquemo-nos no assunto em questão: a adaptação, vinda do episódio nos correios.

Eu já sabia, quando ia para lá, que o mais provável era não conseguir alugar o apartado. Seguramente estaria a esquecer-me de alguma coisa essencial, apesar de levar comigo os dois passaportes – no apartado só entregam a correspondência enviada aos nomes que eles têm registados como associados à caixa postal. E também tinha dinheiro. E, achava eu, paciência.

Estava um senhor a ser atendido e eu observava e observava, pensava em como achava as estações de correio argentinas de outro mundo – se antes as achava más, agora acho-as maravilhosas. Realmente, não há como baixar a fasquia para se apreciar o presente!, pensava eu, até que fui atendida.

A senhora que me atendeu foi muito simpática, respondeu a todas as minhas perguntas com um sorriso, explicou-me todos os detalhes, e pronto, vamos lá, faz favor quero um apartado.

Que não. Que agora estão esgotados (sim) porque lhes estão a mudar as fechaduras (tal qual estão a ler). Lá para Agosto, quem sabe, mas mais vale ficar em lista de espera e assim contactamo-la. Só tem telemóvel? Não tem número fixo?

Ui, se a senhora soubesse…

Pergunto-me: não será momento de pôr números às portas? Se calhar não querem, e tudo bem, eu é que sou de fora e tenho de me habituar.

Caring for your woollen garments | Cómo cuidar las prendas de lana

Hi everyone! Hope you had a good weekend.

Lots of people ask how to properly take care of woollen garments. Sometimes people worry that it is too much fuss because they are not machine washable. Worry not! It´s not complicated and it does not need to be hard work. Let me take you step by step.

Hola! Espero que hayan tenido un buen fin de semana.

Como muchas personas nos preguntan como se debe cuidar una prenda de lana, hoy vamos a ir paso a paso viendo cada momento. Que la prenda no sea lavable en lavarropas no hace que el cuidado sea muy complicado o trabajoso! Vamos entonces.

See below how water stays on the fibre but is not absorbed? The reason for that is that wool fibre is resistant to water – and, therefore, stain resistant too. Most stains stay on the outside layer of the fibre, and it takes a lot to actually soil it.

En la fotografía se puede observar que el agua queda en la superficie de la prenda, y que es necesario empujarla para bajo para que se va mojando de a poco. Esto se debe a la resistencia de la lana al agua. Lo mismo pasa con las manchas: normalmente no llegan a penetrar la fibra, lo cual resulta en que la prenda no se ensucia tanto.

I usually use an ecoball to wash clothes and wools are no exception. But a mild detergent is fine too. Stay clear of detergents containing bleach and other whitening agents, though! If you can´t find one, hand-wash dish detergent or shampoo are great. Let it soak for a bit and, if needed (although it is very unlikely), gently rub to remove any stubborn stains.

Normalmente uso una ecobola para lavar ropa y las prendas de lana no son excepción. Pero cualquier detergente suave es adecuado, al paso que todos los que contengan lavandina u otros blanqueadores no son aconsejados. Si todo falla, un poco de detergente para lavar platos o incluso champú funcionan perfectamente. Dejo remojar un rato y, si necesario (lo cual es muy improbable), lavo suavemente alguna mancha más persistente.

Next step is to rinse it out and then add a bit of fabric softener. I usually combine fabric softener with apple cider vinegar, which works wonders. Let it soak for a while and then it´s ready to be rinsed. If you´re allergic to fabric softener, the vinegar on its own will do the trick – though the smell may not. Hair conditioner is a good solution too, specially for the rougher wools.

El paso siguiente es el suavizante. Combinado con un poco de vinagre de manzana, es aún más eficaz. En caso de alergias, el vinagre solo también suaviza; sin embargo, el olor no es tan rico. Otra alternativa es el condicionador para pelo.

Después de remojar un poco más, se enjuaga y pasamos a la próxima etapa.

To let your woollies dry, the best idea is to roll each of them into a dry towel and then – worry not – step on it to squeeze the water out of the wool and into the towel. This prevents any sort of rubbing, which can felt wool, and removes most of the water from it.

La mejor manera de secar una prenda de lana es enrollarla cuidadosamente en una toalla y luego – nada teman! – pararse encima de ella, para hacer salir el agua de las fibras de lana para la toalla. Así se evitan “accidentes” como el afieltrado indeseado!

The last step is to let the garment dry flat onto a dry portion of the towel. And that´s it!

El último paso es dejar que la prendita se seque sobre una porción seca de la toalla. Y ya está!

Have a great week!

Les deseamos buena semana!

Estas coisas estranhas

Este fim-de-semana pude finalmente fotografar uma coisa que me parece, claramente, de outro mundo: um auto-banco. Suponho que a minha surpresa se prende com o facto de não andar a viajar o suficiente, sobretudo para a parte norte aqui do continente. Atrevo-me a pensar que isto é hábito norte-americano, hábito esse que os panameños, depois de tantos anos de administração estrangeira, absorveram e preservaram.

Não sei bem se hei-de qualificar o acto de se servir de um multibanco sentado dentro do seu carro como extremo comodismo se como o cúmulo da praticidade. A verdade é que me parece estranhíssimo estar numa fila – como se de uma portagem se tratasse – para ir levantar dinheiro… Sobretudo quando há um estacionamento (gratuito) ao lado e caixas multibanco para “peões” (diria mesmo “regulares”) sem filas nem demoras.

Sabe-se lá se um dia destes não sou eu a usar estas estranhas invenções!

Mesmo a tempo para o fim-de-semana…

July issue is out!

Aqui vai o número de Julho da minha e-zine. Podem descarregá-lo aqui e comentar ali em baixo, que eu adoro receber comentários. É só imprimir frente e verso, dobrar pelas marquinhas que lá pus e siga para bingo.

Para quem não leu a de Junho, está aqui. E é gratuita, claro.

July issue is now out!

July issue is out!

Just in time for the weekend, the July issue of my zine is now out! Download it here, it´s free! Just print it out front and back and then fold it in half and again in half and you´re set.

I´m looking forward to reading your comments!

In case you missed the June issue, it is available here.

Xaile viajante

DSC08540

Now that I have the photos of the shawl I mentioned the other day, I´m writing a proper post about it.

It´s a mix of the Boneyard and the Travelling Woman Shawls. I needed something easy yet beautiful (emphasis on the Boneyard part) to knit while moving from Buenos Aires and walking around there finishing the last paperwork. Some mindless knitting was also needed for the airplane and some later travels around central and north America.

Moving can be… hmm, very demanding, let´s just put it this way, smile, and carry on.

To finish the shawl i wanted it to have some lacy texture, so I went for the Travelling second part. One repeat of chart A and another one of chart B and the yarn was just enough. With emphasis on the “just”.

DSC08526

And now I have a wonderful woollen shawl that is absolutely not needed in the tropical country I now call home.

Raveled here. More photos here.

Went to NYC part XIV

trip to NY XIVThen a short stop in Miami… and I was back home in Panama.