A tia Bi, muito babada, deixa aqui um desenho que a sobrinha C1 lhe fez enquanto falavam por skype. É ou não é uma artista?
(é sempre curioso quando nos referimos a nós próprios na terceira pessoa…)
Whew! What a week this was, with a sore back and my oral german exam. My back is perfectly fine again, stretching and stretching and stretching again paid off and I could soon go back to working as usual, taking special care in maintaining a good posture.
My german exam went fine too. It was actually funny because the first part was to make a solo presentation of a given subject. I had to speak (in german…!) about women, careers and raising a family. I thought I´d never get to the three or four minutes required but… suddenly I had the two very nice examiners telling me that it was enough. I felt like laughing and laughing because yet again there´s another evidence that I am, as my younger sister puts it, talkative.
I received very good news workwise (a publisher who is interested in seeing more of the common projects my friend and colleague Ana and I have) and a couple of new commissions came in.
Looking back, I think I need a weekend now!
Happy weekend everyone!
(Above, a drawing my 4 year old niece made specially for me, during a skype call. I know I am a very proud aunt!)
Aqui por estas bandas – aliás, como em muitos outros sítios – existe uma cultura do medo. Quem liga as notícias depara-se com reportagens (“reportagens” talvez não seja o termo mais indicado, chamemos-lhes “peças”), digo peças de um quarto de hora ou mais, em que se conta ao pormenor o “crime de Berazategui”, ou o “de Recoleta”, ou outro qualquer.
Ao darem a notícia, não respondem ao “onde, o quê, quem, quando” iniciais, mas esmiuçam o “quem” e o “como” como ninguém. De tal forma que, mesmo sem terem dados concretos, falam de tudo quanto se pensa que é certo, como se fosse certo. Explicam as facadas, as armas disparadas, as pauladas, tudo com detalhes dignos de um romance de cordel. E é este o serviço noticioso. Uma das expressões que mais ouço cá é o “tema de la inseguridad”. É o tema principal! Não é a questão do acesso ao serviço público de saúde ou a corrupção que atravessa toda a administração pública. O problema, mesmo mesmo, é a insegurança. Mas faça-se um inquérito a uma amostra significativa da população de Buenos Aires e serão poucos os que já foram assaltados.
A verdade é que a sensação de insegurança se deve muito ao facto de a comunicação social difundir uma cultura do medo. Como já aqui contei antes, os números de infectados com a gripe A são “mais de 100 000”, segundo as notícias. Estranho, não é?, quando os EUA têm pouco mais de 30 000… A Argentina deve ser um fenómeno!
Posto isto, passo agora a contar o episódio da madrugada de Domingo passado. Assim à distância dá vontade de rir, mas a verdade é que as coisas poderiam ter corrido francamente mal. Ora no Sábado à noite tivemos um casamento e albergámos cá em casa um amigo, que tinha avião de regresso a casa no Domingo de manhã. Como ficámos cansados da festa antes dele (dizem que a idade não perdoa e atrevo-me a concordar), deixámos-lhe as minhas chaves e recomendámos-lhe muito que nos acordasse de manhã antes de ir para o aeroporto. Por um lado, queríamos despedir-nos dele; por outro, a porta de lá de baixo do edifício só se abre com chave, mesmo de dentro para fora, portanto alguém teria de lha abrir para ele poder sair.
Para não nos acordar, saiu sem nos avisar e deixou as chaves em casa. Claro, assim que chegou lá abaixo deparou-se com a evidência da porta fechada, às sete da manhã, e de um avião a sair dentro de poucas horas. Tocou para a portaria, precisamente no dia em que a porteira está de folga. Como não respondesse, ele continuou a tocar, a tocar, até que ela decidiu ver o que se passava. Ia abrir-lhe a porta quando a filha lhe recomendou muito cuidado, porque “podia ser um assaltante”.
A partir daí a coisa descambou. Foi chamada a polícia, que veio de arma em punho procurar o “assaltante”, que entretanto tinha subido outra vez ao nosso andar e tentava acordar-nos (hmmm… sem êxito). Lá se encontram polícia e “assaltante”, arma na mão do polícia, pedido de documentos, o rapaz alcoolizado porque vinha de um casamento e preocupado porque tinha o avião na iminência de sair, enfim, todo um carnaval de mau gosto. Às tantas, a porteira lá o reconheceu como sendo o nosso amigo, depois de ele lhe relembrar que ela nos tinha visto aos três juntos, no hall do prédio, arranjadinhos para sair para a festa.
E é isto: uma coisa tão simples quanto ele a querer sair do edifício para ir para o aeroporto poderia ter-se transformado numa tragédia, isto tudo porque a primeira coisa que se pensou foi que ele era um assaltante.
Faz lembrar a história do ratinho Desperaux. Se não viram, vale a pena, pois é uma bela fábula sobre a cultura do medo.
Cabe aqui acrescentar, à laia de epílogo, que o nosso amigo chegou bem a casa e que ainda gosta de nós. Ufa!
After cutting this illustration the other day I realized that I have a really bad posture. I´m so concentrated on cutting the lines right that I simply forget anything around me, or about me, actually, and that includes how my back is positioned. At the end of the two hour session I realized there was something weird about my muscles and the next day I could hardly move.
I´ve been stretching my back periodically during the day, as well as wearing an extra layer of insulation for warmth; Paulo massaged my back with this weird smelling medicated cream and I can slowly move more and more without grinning. But simple things like sneezing remind me that I´m not fully recovered.
I think that after this warning sign I definitely have to watch my posture (I say as I straight my back).
Nunca fue tan fácil aprender a tejer como en el taller de Joji! Joji y su mamá, Virgi, explican las técnicas de tejido los martes a la tarde, en su taller de Caballito. Para más informaciones sobre como pasar un buen rato y aprender o mejorar tu técnica de tejido, visitá su blog.
*
If you´re in Buenos Aires and feel like learning to knit the argentinian way, don´t miss Joji and Virgi´s classes in their studio in Caballito, a typical and calm city neighbourhood off the tourist path. Visit their blog for more info on schedule and cost of classes.
…recebi um email a dizer-me que uma das fotografias que tirei na Ópera de Sydney tinha sido escolhida para inclusão num guia turístico virtual. E esta, hein?
Remember when I mentioned that a photo I took on our trip to Australia had been short-listed? Well, it was chosen! Click here to schmap.
Sometimes it is frustrating not being able to show the projects I´ve been working on because, well, they´re still projects and they´re still secret. This one, though, I can show. It´s an invitation I made for my youngest niece´s baptism next September. And I´ll attend it!
Her name is Clara, which reminded me of light, which I made the starting point for the papercuts. I worked them on double sided origami paper. Each side has a different, contrasting colour, and this is a feature I love because it brings double results with one cut only. The best part, though, is to frame the originals in one of those see-through (or glass against glass) frames, because just by fliping sides you can get a new papercut.
The whole “making of” sequence is here. Enjoy!
É amanhã o exame de alemão. Como não se me ocorre nada de interessante para contar aqui no “Entre…”, publico uma fotografia de um trabalhinho fofo que fiz na sexta-feira passada para uma pessoinha ainda mais fofa, a minha sobrinha C2. Estou danada para poder apreciar com o tacto o volume bochechal, bem como para contar pessoalmente as bolinhas que são os deditos dos pés.
Com a mana C1 tenho falado frequentemente por skype e ouço coisas deliciosas como “Bi, não precisas de ter saudades minhas, basta ligares-me por skype!” (será que já contei isto aqui? muitas vezes?), o que me apazigua as saudades, mas da C2 vejo os sorrisos e ouço os guinchinhos de satisfação (ou o berreiro de fome) que vai dando.
Hmmm, dúvida metódica: será que é por ter o cérebro torrado, ou melhor torriert, que estou a dizer todas estas coisas cheias de baba de tia?
Talvez seja melhor mandá-los passear aqui, onde estão as fotografias de todo o processo do dito trabalhinho.
Believe me, I could post a lot more photos of this blanket: my enthusiasm after finishing it was so big, I took a lot more photos of it than were needed for illustration and documentation purposes. Most of them are here, so you can hop over there to see them may you wish.
This was a beautiful yet mindless knit, just like Elizabeth Zimmerman had suggested for her July-slash-summer holiday knit in her Almanac. When I was about 30% on my fifth skein, I decided to stop enlarging the blanket and proceed to finish it. Just as EZ suggested, I made the garter stitch border (a new thing for me, loved learning it). Now this was probably the most frustrating part because it´s knitted back and forth and you have to keep turning your work after eight stitches. Well, I wasn´t turning the whole blanket, of course, but still it was a bit patience-trying. It took me another full skein to finish, so my blanket has a total of six 150g skeins of pure handspun wool. I´m glad I persevered, though, because the result is simple and beautiful, just like the whole blanket. It´s ravelled here.
After washing and blocking it became super, super soft and its drape is amazing! I can´t stop contemplating it… and I really like this small detail:
But I must: german exam is tomorrow and there´s still a bit of studying left for me to do.
Have a great week!
Noutro dia telefonaram-me para fazer um estudo de mercado. A temática era a situação actual da Argentina, nos campos económico, político e social. Esfreguei as mãos de contente por ter finalmente a opção de manifestar a minha opinião sem ser olhada de lado como sendo “a europeia que vem para aqui comentar o que não sabe”.
A páginas tantas, perguntam-me quem é que eu acho que toma realmente as decisões nacionais: se Cristina Kirchner (a presidente), se Néstor Kirchner (o marido da presidente e ex-presidente), se os dois em conjunto.
Aqui tive de fazer uma pausa para pensar na minha resposta e a verdade é que não sei. Disse que não sabia quem seria. E isto parece-me muito grave: quando não se sabe quem realmente é o presidente de um país, ou melhor, quando não se sabe se a presidente (democraticamente eleita? a dúvida persiste) é que exerce de facto o poder, então as coisas não estão nada bem.