Month: April 2009

E mais desmentidos

4. Depois da tentativa falhada no Rose Garden em Bangkok, há muito, muito tempo, no Australia Zoo consegui finalmente tirar a fotografia com uma grande cobra.

Argh. Falso. Falso, falso, falso. Mas vimos uma cobra gigantesca, gigantesca, enorme, daquelas de precisar de uma camioneta de caixa aberta para poder ser transportada. Nada de fotografias, que só de olhar já fico com pele de galinha.

Mais desmentidos

2. Com o meu conhecido jeito para a graçolita choné, fui convidada para o palco do Melbourne Comedy Festival.

Também verdade. Na primeira noite em Melbourne, depois de termos estado na Tasmania, decidimos aproveitar ao máiximo o que a cidade nos oferecia. Quando vimos que estava a decorrer o Festival de Comédia, procurámos um espectáculo que nos fosse fácil de entender, com poucas ou nenhumas referências políticas que nos escapariam. Com a simpatia habitual dos australianos, encaminharam-nos para o espectáculo “The boy with tape on his face”.

E isso leva-nos ao ponto seguinte:

3. Dei um beijo a outro homem durante a nossa lua-de-mel. E o Paulo viu tudo.

Também verdade verdadeira. Chegámos cedo à sala de espectáculos e, quando entrámos, sentámo-nos na primeira fila. Ora eu já devia saber que em espectáculos de comédia (ou de magia ou de hipnose) nunca por nunca ser se deve sentar na primeira fila se não se tem vontade de subir ao palco para ajudar o comediante a ser cómico. E, tal como já esperava, a páginas tantas fui chamada para um numerito que incluía estar de gatas no palco (hmmm…) e ser par romântico do “boy”. E o resto é história. E, sabem? Ele fez-me uma flor de fita-cola!

Desmentindo as mentiras, contando as verdades I

Esta cabeça jetlagada mentiu-vos. É verdade, mentiu-vos, ainda que de forma absolutamente involuntária e justificada pela terrível soneira que sentia no dia em que publicou a versão deluxe das verdades e mentiras. Tal era a nuvem em que me encontrava que afirmei haver três mentiras no meio das nove, mas na realidade só há duas.

Como cada um dos pontos dá pano para mangas para contar uma das partes da nossa viagem, passo a desmentir as (duas, não três) mentiras e a contar o contexto das (sete, não seis) verdades. Cada uma em seu post, porque entre histórias e fotografias a coisa pode ser bien jugosa. Ora aqui vamos!

1. A Milla, uma australiana de Brisbane, arranhou as costas do Paulo quando lhe deu um abraço mais apertado. E isto durante a nossa lua-de-mel!

É verdade sim senhora. Cabe apenas explicar que a Milla é uma simpática koala de três anos, querida, adorável e muito pegável ao colinho. O problema é que a Milla, como todos os koalas, tem umas garras muito afiadas, que lhe servem para se agarrar bem à árvore em que está a fazer as suas (muitas) sestas.

Este abraço à Milla aconteceu no Australia Zoo, um jardim zoológico diferente de tudo aquilo que já tinha visto. Há que dizer que não sou particular fã de jardins zoológicos: ainda não visitei o de Buenos Aires, nem visitaria o australiano não fosse o Paulo ter sugerido. Não sou fã de bichos, desculpem, o que é que hei-de dizer? Gosto muito mais de plantas…

Posto este preâmbulo, deixem-me que diga que AMEI o Australia Zoo. Amei, amei. É lindo, cheio de espaço para os bichos, cada animal tem um nome, tem uma história, uma data de nascimento e algum facto interessante sobre ele. As crocodilas defendem as suas crias e têm namorados que as protegem; para cada espécie há informação sobre o seu ciclo de vida, os seus hábitos, tudo de uma forma divertida e clara. Os funcionários são todos não só simpáticos como ultra-competentes. Perguntámos a uma das meninas qual a diferença entre um wallaby e um canguru e ela explicou-nos de-ta-lha-da-men-te, com um grande sorriso, que o primeiro é mais pequeno que o último e que “caminha” mais do que salta.

Também da colecção marsupial vimos os wombats, uns bichos fabulosos. As sestas, como com quase todos os marsupiais, são a melhor e mais importante actividade que desenvolvem nas suas vidas. E levam a sesta bem a sério!

Papercut "Irão reforça arsenal nuclear e complica relações diplomáticas com Estados Unidos"

"Irão reforça arsenal nuclear e complica relações diplomáticas com Estados Unidos"

This is an editorial piece made for the call for entries “Sou Ilustrador”. Unpublished. The only information given was a title for a potential newspaper article, about Iran´s nuclear reinforcement and how it affects its relationship with the USA. I decided to go with a papercut, a technique that I love more and more as time goes by. I love how its synthetic language forces me to convey the message in very symbolic details. Unfortunately, my work wasn´t chosen, but still I´m really happy with the result.

*

Papercut feito para o concurso “Sou Ilustrador”, de carácter editorial. Para o concurso, apenas foi disponibilizada uma frase, o potencial título de um artigo dessa publicação: “Irão reforça arsenal nuclear e complica relações diplomáticas com Estados Unidos”.

Apesar do meu trabalho não ter sido escolhido, fiquei muito satisfeita com esta ilustração.

And we´re back!

Terribly jetlagged but very happy with the time in Australia. It was full of adventures and new experiences, good food (realized Australians do a good job when it comes to fish, and this is saying something since I´m veeeeeeeeery tough to please on the fish department), koala cuddling and kangaroo feeding.

Despite the jetlag and its effects (my body takes it time to adapt itself), I feel rested and energized and will soon show some new work finished.

I´m happy to be back!

*

Apesar do cansaço provocado pelo jetlag, tanto para lá, como para cá, as semanas na Austrália foram maravilhosas, cheias de aventuras e novas experiências, com muitos miminhos a koalas e a cangurus. Embora cansada, estou cheia de energia para o regresso ao trabalho!

Verdades e mentiras, versão australiana

Depois da animação que foi o Verdades e Mentiras na sua edição clássica, estivemos, o Paulinho e eu, a compilar alegremente nove “coisas chiras” da nossa viagem à Austrália, das quais seis são a mais pura verdade e três são mentirinhas malandras. Aguardamos alegremente os vossos palpites e prepararemos o desmentido com toda a documentação fotográfica disponível. Ora aqui vai:

1. A Milla, uma australiana de Brisbane, arranhou as costas do Paulo quando lhe deu um abraço mais apertado. E isto durante a nossa lua-de-mel!

2. Com o meu conhecido jeito para a graçolita choné, fui convidada para o palco do Melbourne Comedy Festival.

3. Dei um beijo a outro homem durante a nossa lua-de-mel. E o Paulo viu tudo.

4. Depois da tentativa falhada no Rose Garden em Bangkok, há muito, muito tempo, no Australia Zoo consegui finalmente tirar a fotografia com uma grande cobra.

5. Percorremos a Tasmânia de lés a lés em duas rodas e tivemos encontros do décimo quarto grau com wallabies e com os famosos Tassie devils.

6. Surfei as minhas primeiras ondas – e até me pus de pé em cima da prancha! – em Byron Bay.

7. O Paulo fez o seu primeiro mergulho em mar aberto no Great Barrier Reef e viu um bivalve com mais de um metro de comprimento!

8. No fim do nosso passeio de balão de ar quente, depois de uma aterragem falhada, ficámos a pairar poucos metros acima de um cabo de alta tensão.

9. À quarta é que foi de vez: depois de três tentativas frustradas, o Paulinho lá conseguiu atirar-se em queda livre de um avião que funcionava perfeitamente.

Aceitam-se palpites, alvitres e todos os sinónimos que por aí existirem.

(Mães, chegámos bem, não se preocupem!)

25 de Abril, sempre! (II)

Para nós, a expressão 25 de Abril, sempre! ganhou um novo significado. Saímos do hotel em Sydney às 8 da manhã de Sábado, Anzac Day lá, Dia da Liberdade em Portugal. Depois de um check-in ultra-demorado, uma passagem atribulada pela alfândega e uma valente correria até ao portão de embarque, levantámos voo às 11 horas locais. Às 10h45 aterrámos em Buenos Aires, o que faz com que tenhamos chegado antes de termos partido, só que com mais de uma dúzia de horas de voo de permeio. Confuso? Sim, claro, mas foi assim que o Willy Fogg ganhou a aposta dele.

Portanto este dia 25 de Abril vai ter para nós um total de 37 horas, o que reveste o sempre! da expressão de todo um novo significado.

(Aqui para nós, chiiii, que sono…)

25 de Abril, sempre! (I)

Na Austrália, não sei se todos os anos ou se é um feriado móvel, celebra-se hoje o Anzac Day, um dia dedicado aos veteranos da Segunda Guerra Mundial. Foi bom sentir que se comemorava qualquer coisa de especial tão longe de Portugal, numa data que nos é tão querida.

Na sexta, num jantar ainda do outro lado do Pacífico, explicávamos o que se celebrava no dia 25 de Abril, em Portugal. Entre castelhano e inglês (o jantar era com argentinos, chilenos e um australiano) lá me fui lembrando das respectivas palavras para cravo e expliquei como é que esta singela flor se transformou no símbolo da revolução.

Mesmo longe, dá arrepios.

De partida!

Armada de passaporte, e-visa e mais não sei quantas códigos de coisas electrónicas, aqui vamos nós para a nossa aventura australiana. Longe vão os dias em que os passaportes iam para a embaixada australiana em Paris (como nos aconteceu em 1998) e que os vistos custavam “pra cima de um conto e quinhentos”. Agora é tudo um despacho, tudo electrónico, tudo feito através da internet. Viva!

O nosso périplo vai-nos levar a Sydney, Hobart, Melbourne, Cairns, Brisbane e, de novo, Sydney. Quando voltarmos, vamos sair de Sydney e aterrar em Buenos Aires no mesmo dia, à mesma hora, só que com umas quinze horas de intervalo entre um momento e outro. Foi assim que o Willy Fogg ganhou a aposta dele!

Já preparei a leitura e o tricot que vou levar e já registei as moradas de lojas de lãs, de livrarias e também a hora e o local do encontro de tricotadeiros e tricotadeiras em Sydney, ao qual vou tentar não faltar. Já comprei soro fisiológico para irrigar o nariz ressequido da viagem e já separei creme para as mãos, para aguentar o ar enlatado trans-oceânico e quiçá trans-polar. E… aqui vamos nós! Até à volta!

On holidays!

Passport in my hand and I´m ready to go!

I´ll be away on holidays in Australia between tomorrow and April 25th. All shop orders received during this time will be processed and shipped upon my return to Buenos Aires.

Oh, I can´t believe we´re going there, yay!

*

Estarei de férias entre amanhã e o dia 25 de Abril. Todas as encomendas na minha loja serão processadas e enviadas após o meu regresso a Buenos Aires.

Já falta mesmo pouco, viva!

10

Last Sunday I attended the painting workshop my teacher organizes once a month in his own studio. It´s a very fun workshop to attend, albeit exhausting! The mind is happy but the body is oh so sore the following days. We fortunately had a holiday yesterday, which was a great way to take a break of this very busy week, but leaving on holidays tomorrow makes everything seem more urgent.

Anyway, going back to the painting workshop, there are two models, a man and a woman, and we start painting short poses; then the poses become shorter and shorter and at a certain point there are no poses anymore: the models sing and dance and we try to capture what we want (or what we can, or what our mind allows us). It´s a stress-inducing exercice that forces surprising expressive traits to come out, since we don´t have time to let our mind play its “formatting” role it usually does. The truth about these exercices is that they are liberating and work wonders as to reduce the power of our own mind´s regulation devices.

Then we analyze everybody´s work and it feels like… well, like group therapy. It´s amazing how we learn so much from others´ works and perspectives.

Check out the rest of the work!