Month: February 2009

Papercutting

I´ve been working on a paper cut for an editorial illustration. I photographed each step so soon we´ll have a new “making of” series on my flickr.

Have a good weekend!

*

Tenho estado a trabalhar numa ilustração em papel cortado. Como fotografei todo o processo, em breve teremos mais uma série de imagens na colecção “making of” no meu flickr.

Bom fim-de-semana!

Desmentidos e confirmações

Ora aqui vai a verdade verdadeira, o desmentido das três mentiras e a contextualização das verdades escritas neste post, em resposta ao desafio lançado pelo Pedro Aniceto (Pedro? Uma das minhas irmãs já se converteu à maçã!).

1. Tenho queda para as quedas. Que é como quem diz: quando vejo alguém cair, não consigo (é que não consigo mesmo) evitar uma gargalhada (ou mais). O mesmo se passa quando sou eu a cair: quando vejo o chão perto de mim, dá-me um ataque de riso ao pensar como posso ser tão desastrada ao ponto de perder a vertical.
Verdade. Não dá para resistir. A menos que a pessoa se magoe muito, claro. Para verem a extensão do fenómeno, uma das actividades do meu dia de aniversário foi proporcionada pelo senhor meu marido, também conhecido por “Príncipe”, que pesquisou filminhos do you tube que atendessem por “funny fall”. Estivemos uma boa meia-hora a rir às gargalhadas, eu pelas quedas que via, ele por me ver a mim a rir que nem uma perdida.

Realmente, sou muito básica.

2. Também tenho queda para as estrelas: aonde quer que vá, encontro sempre alguém famoso. Aqui há uns meses vi o realizador Francis Ford Coppola na Boca, bairro porteño, quando esteve de visita à cidade.
Mentira. Mentira desavergonhada, mesmo. Nunca, jamais, vejo conhecidos na rua, sejam eles famosos ou não. Para além da miopia, sou terrivelmente distraída. Desde que vim para a Argentina estou absolutamente convencida de que não conheço ninguém na rua (o que era verdade quando cheguei, agora já não é) e que portanto nem vale a pena estar com atenção. Quando alguém me encontra na rua, tem de me chamar, tocar-me no ombro, acenar até que eu dê por ela. E depois vem a parte de me lembrar do nome, o que também é divertido.

Deposito a minha esperança de mudança próxima na cirurgia laser que vou fazer aos meus olhinhos míopes. No vas a quedar la mujer bionica, disse-me o médico, mas desconfio que quando o Francis Ford Coppola voltar cá eu o vou encontrar, mesmo que ele esteja noutro bairro qualquer.

3. Apesar das muitas quedas, nunca parti braços, pernas ou cabeça. Nem sequer um dedinho do pé. Em contrapartida, a minha barriga parece a cara de um pirata das Caraíbas, tal é a quantidade de cicatrizes.
Verdade. A minha mãe acha que eu exagero, como aliás podem ler nos comentários, mas mãe é mãe e é fofinha e quer cuidar da auto-estima da filha. Ora, que fique bem claro, as minhas cicatrizes na barriga são muitas (duas grandes incisões, várias pequenas) e agora até já não me aborrecem. Como não há muita volta a dar-lhes, é “botar pra Deus”, como diz uma amiga minha, e fazer delas parte do meu “charme” (sim, o mesmo “charme” de quem se ri com quedas).

Em contrapartida, nem cabeça nem queixo partido, como as minhas duas irmãs. Nem pernas, braços, pés, dedos ou sequer a ponta do dente. Nada. Já tenho que chegue com a barriga!

4. O meu baptismo da vida em Buenos Aires foi feito com duas semanas de hospitalização, onde aprendi interessantes expressões em castelhano como dar de cuerpo.
Verdade. Directamente relacionado com a afirmação anterior, quando cheguei fui hospitalizada de emergência e operada duas vezes, para terem a certeza de que tudo tinha ficado bem. Como consequência fiquei com a barriga inchada durante meses a fio, o que se traduziu por muitas ofertas de lugar no autocarro e muitas mãos na minha barriga acompanhadas de então e é para quando?, por pensarem que estava grávida.

5. Adoro tudo quanto seja desportos radicais e atiro-me sem hesitar de uma ponte em bungee jumping, de um avião em sky diving ou de uma rocha de mais de 12m para uma piscina natural num rio.
Mentira. Não adoro. Bungee jumping está totalmente fora de questão e para vir a fazer sky diving vou ter de me mentalizar. Já atirar-me da rocha para a piscina natural, ah, isso sim. E gostei. Mas não repito.

6. A minha mãe já foi convidada a sair da igreja (e levar-me com ela) durante a celebração de uma missa. Não sei se faltou a luz ou se fazia parte da celebração, mas as muitas velas acesas levaram-me a cantar os “Parabéns”.
Verdade. E este era o momento em que a minha mãe entrava aqui e contava a história, um pouco ao jeito do comentário no post das mentiras… Ora reza a lenda que estávamos em certa pequena (mas seguramente a mais linda) aldeia de Portugal, dotada de coreto e igreja, onde se celebrava uma missa com muita vela acesa. Eu era pequenina (um ano? Dois? Mãe..?) e, ao ver tanta vela acesa, o que fiz foi espoletar um reflexo pavloviano que tinha sido gravado em mim: “velas, logo parabéns”. Assim foi. O celebrante (que felizmente ainda é amigo dos meus pais) não achou muita graça e a celebração não continuou enquanto a minha mãe não fez desaparecer a arruaceira em potência que eu era.

7. Já recebi propostas de prestação de serviços sexuais de uma tailandesa de nome (ou alcunha?) “Bee”, num arranha-céus em Bangkok. A dita senhora adorou sobretudo a coincidência dos nossos nomes e achou que devia ser “coisa do destino”.
Verdade. A história é curiosa e é mais um exemplo daquela estrelinha que tenho tatuada na testa e que me traz tanta alegria (sim, na minha mente simples, havendo disparate, há alegria). Encurtando muito, mas mesmo muito a história, a minha “quase-amiga” Bee ofereceu-se a páginas tantas para me fazer uma special massage (que, com o sotaque local, era “spéchá massááá”). No meu estado de torpor e de sinapses pouco cooperantes, perguntei-lhe o que era isso. A resposta foi elucidativa: massage heeeeeeeeeere

8. Nos idos tempos da primária, liguei para o programa de rádio infantil que dava à hora do pequeno-almoço, antes do começo das aulas. À pergunta “gostas da tua professora?”, eu respondi que “nem por isso”. E ela ouviu.
Verdade. Não foi fácil, esse ano. No ano seguinte entrei para o ciclo, que era leccionado numa escola diferente. Encontrei a então a ex-professora na rua e ela perguntou-me se eu estava a gostar da escola nova. E como eu não aprendo mesmo, respondi-lhe que adorava, sobretudo porque quando não gostava de uma professora a aula só demorava uma hora em vez de uma manhã inteira.

9. No início dos anos noventa, numa qualquer remota aldeia da China rural, propuseram ao meu pai o vantajoso negócio de me trocar por um valioso lote de sete cabras e um serviço completo de jantar em porcelana. O meu pai não aceitou (e pensar que antigamente os pais é que pagavam o dote para se desfazerem das filhas! Deve ser amor…).
Mentira. Que me lembre, o senhor ofereceu a filha dele para vir connosco para Macau para poder ter uma vida melhor e poder entrar na universidade. Apesar de todo o glamour que o Oriente aparenta ter para os europeus, a vida na China não era (e desconfio que continua a não ser) fácil.

E pronto, está desfeito o mistério (vá, já estava). Estou curiosa por ler os desmentidos nos outros blogs!

2009.02.24_01

2009.02.24_04

Tuesday came with my painting class. The challenge was to make a composition using only one colour (with as many tones as we may care to have).

As usual, I had fun.

More photos.

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Na terça-feira passada tive aula de pintura. O exercício da semana foi criar composições usando apenas uma cor, que poderia ser dividida em quantas tonalidades nos aprouvesse.

Mais fotografias, aqui.

Caiu o 3


Ando a receber sinais muito contraditórios: por um lado, aparecem-me novos cabelos brancos a um ritmo diário (não estava a contar com isto…); por outro, cai o 3 do 31.

No outro dia fui cortar o cabelo e cheguei a casa com menos de metade do que tinha, com uns farripos aqui e ali a tocar ligeiramente os ombros. O veredicto foi: gosto e pareces ter 21 anos (ainda agora se casou e já trocou a mulher por uma mais nova… ao que chegámos!).

juro que não lhe paguei para dizer tal coisa. Mas agora que caiu o 3 fico a pensar: será que estou com aquilo que atacou o Benjamin, o Button?

Drawing | Desenhos

Paulo is painting

We had a ridiculously wet weekend so we stayed in. Paulo painted a piece he had in mind for a long time. I drew him.

*

O fim-de-semana chuvoso convidou a estar em casa. Enquanto o Paulo pintou, eu desenhei-o.

It´s summer and I love it

it´s summer and I love it

Summer has always meant “beach” and “seaside” to me. Here in Buenos Aires, it means “none of the above”. It means hot weather, flowers, picnics in the park. Different, but good.

Verdades e mentiras sobre mim

Toda a gente sabe que este é um blog com um elevado grau de palermice e que não costuma ter um conteúdo particularmente interessante. Portanto, até nem vem destoar por aí além o presente post, em que tenho de dizer nove coisas sobre mim, três das quais desavergonhadas mentiras. Foi um desafio lançado pelo Pedro Aniceto, e como ao Pedro Aniceto não se nega nada (pigarreios), aqui vai.

1. Tenho queda para as quedas. Que é como quem diz: quando vejo alguém cair, não consigo (é que não consigo mesmo) evitar uma gargalhada (ou mais). O mesmo se passa quando sou eu a cair: quando vejo o chão perto de mim, dá-me um ataque de riso ao pensar como posso ser tão desastrada ao ponto de perder a vertical.

2. Também tenho queda para as estrelas: aonde quer que vá, encontro sempre alguém famoso. Aqui há uns meses vi o realizador Francis Ford Coppola na Boca, bairro porteño, quando esteve de visita à cidade.

3. Apesar das muitas quedas, nunca parti braços, pernas ou cabeça. Nem sequer um dedinho do pé. Em contrapartida, a minha barriga parece a cara de um pirata das Caraíbas, tal é a quantidade de cicatrizes.

4. O meu baptismo da vida em Buenos Aires foi feito com duas semanas de hospitalização, onde aprendi interessantes expressões em castelhano como dar de cuerpo.

5. Adoro tudo quanto seja desportos radicais e atiro-me sem hesitar de uma ponte em bungee jumping, de um avião em sky diving ou de uma rocha de mais de 12m para uma piscina natural num rio.

6. A minha mãe já foi convidada a sair da igreja (e levar-me com ela) durante a celebração de uma missa. Não sei se faltou a luz ou se fazia parte da celebração, mas as muitas velas acesas levaram-me a cantar os “Parabéns”.

7. Já recebi propostas de prestação de serviços sexuais de uma tailandesa de nome (ou alcunha?) “Bee”, num arranha-céus em Bangkok. A dita senhora adorou sobretudo a coincidência dos nossos nomes e achou que devia ser “coisa do destino”.

8. Nos idos tempos da primária, liguei para o programa de rádio infantil que dava à hora do pequeno-almoço, antes do começo das aulas. À pergunta “gostas da tua professora?”, eu respondi que “nem por isso”. E ela ouviu.

9. No início dos anos noventa, numa qualquer remota aldeia da China rural, propuseram ao meu pai o vantajoso negócio de me trocar por um valioso lote de sete cabras e um serviço completo de jantar em porcelana. O meu pai não aceitou (e pensar que antigamente os pais é que pagavam o dote para se desfazerem das filhas! Deve ser amor…).

As demais regras desta corrente de mentiras e verdades ditam que eu deveria determinar quais são as mentiras do Pedro Aniceto. Furto-me a isso porque já li as respostas (e ainda bem, porque me ri que nem uma perdida – entre verdade e mentira a linha que separa o verosímil do inverosímil é muito ténue).

Mais devo indicar nove pessoas para seguirem esta corrente. Ora Artur, ora Artur, deixa cá ver, deixa-me pensar, tentar não repetir… Pois então os próximos nove a quem passo a batata quente são os autores dos seguintes blogs:

Beautiful stranger
Prainha
Refogado e Hortelã
Dicforte
O pulo e o laranjo
A soma dos dias
Correio Azul
Kafka na Praia
Macau

As soluções, para breve…

O chamado amor à camisola

...I´m actually wearing the pure wool sweater!

Diz que o amor à camisola não é bem isto, que é outra coisa assim, sei lá, mais nobre. Mas esta camisola com mochinhos deixou-me totalmente apaixonada e desejosa (eu, desejosa!) que chegue o Inverno (eu, desejosa que chegue o Inverno, sendo que de há dois anos para cá me sinto perseguida por Invernos atrás de Invernos, sejam austrais ou setentrionais!).

Acabei-a no Sábado, aliás, para verem a extensão do fenómeno, até me levantei mais cedo do que a hora a que me levanto durante a semana para lhe poder ir coser os botões. E, para verem mesmo a loucura, quando terminei de coser os botões vesti-a (apesar do calor e da humidade que se faziam sentir), fotografei-me e fiz-me fotografar em diversas poses, com diferentes graus de detalhe, ao sol e à sombra, enfim, toda uma miríade de opções.

Depois disto, não sei. É como terminar um livro tão, mas tão bom, que uma pessoa se sente um bocado órfã. Sim, é isso, sinto-me órfã de camisola.

(Para os possíveis interessados, a receita, gratuita, encontra-se aqui.)

My dear owls are done | Mochinhos acabados

...I´m actually wearing the pure wool sweater!

I´m breaking my “no-internet-during-weekends-rule” for a good reason: I finished my owls sweater (awesome free pattern here). My love for this sweater is so huge that I´m actually slightly looking forward to sweater season, which will start sometime late April here in Buenos Aires.

This pattern is so well written that it is a pleasure to knit it. I´m not an experienced knitter (nor a fast one, for that matter), but this pattern is very accessible and easy to understand. I followed a chart, for the first time in my life, and wasn´t too intimidated by it. Seeing the owls appearing, row by row, made me want to knit faster. But then, seeing that I was about to finish it, made me want to knit slower. Anyway, I feel like when I finish a great book: bookless. Only this time I´m sweaterless. But happy.

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Em português, um post vagamente parecido com este pode ser lido aqui.

"And the pursuit of happiness", by Maira Kalman

If you haven´t read it yet, do read Maira Kalman´s column on the New York Times, appearing the last friday of every month, named “And the pursuit of happiness”. The theme is the american democracy, and january´s issue is now online here.

With her beautiful paitings, Ms. Kalman´s shows us other perspectives on President Obama Inauguration Day, smaller perspectives, maybe, but probably those that weren´t broadcasted on mainstream media. The simplicity of her images combined with her use of handwritten type result in a clear, to the point, but very, very poetic contribution to depicting the feelings of not only americans but so many of us throughout the world.

More Maira Kalman.

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Para quem ainda não sabe, Maira Kalman voltou aos blogs do New York Times, desta feita com uma coluna chamada “And the pursuit of happiness” (uma das frases mais conhecidas da Declaração de Independência dos Estados Unidos), onde pinta e escreve sobre a democracia americana, na última sexta-feira de cada mês.

Na edição de Janeiro, Maira Kalman escreveu (e pintou; ou pintou e escreveu, talvez seja mais rigoroso) sobre o dia da tomada de posse do Presidente Obama, observando pequenas cenas esquecidas pelos meios de comunicação. As suas observações são de uma simplicidade e de um rigor imensos, apesar de se revestirem de uma beleza poética. As cenas que apresenta este mês arrepiam porque não só mostram os sentimentos de muitos americanos como também de tantos não-americanos, que depositam no novo presidente a esperança de um mundo (um pouco) menos belicoso.

Mais Maira Kalman.

Ah! Abri a minha loja online!

01_leafy garden

Bem sei que não é o âmbito deste blog, mas como considero isto um objectivo cumprido, não resisto a anunciá-lo aqui no “Entre…”: tenho uma nova loja online!

Ali à direita pus um botãozinho-passagem directa para lá, sem passar pela casa da partida, nem receber dois contos, como no Monopólio. Espero que gostem do que lá encontrarem!

(Um pequeno parêntesis para referir ainda que de momento, estão dois conjuntos de cartões à venda. Se quiserem ver mais fotografias do que aquelas que aparecem na loja, aqui vão os links:

Four seasons cards
Leafy garden cards

Aaaaai, que emoção!)

Shop now open! | Loja online

01_leafy garden

My shop is now officially open here. It is now stocked with a couple of products but will soon add some more products. There´s a button that will take you there, too, right there, on the right hand side column, for those of you reading this on a RSS reader.

Whew, this is weird – and good! I hope you enjoy.

If you wish to see more images of the products featured:
Four seasons cards
Leafy garden cards

Thank you for your visit!

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A minha loja online está oficialmente aberta! Coloquei aqui na coluna à direita um botão que leva para lá.

Na loja estão dois conjuntos de postais. Para quem quiser ver mais fotografias do que as que aparecem na montra virtual, aqui vão os respectivos links:
Four seasons cards
Leafy garden cards

Obrigada pela visita!