Month: January 2008

Tinha saudades do Verão…

…mas tenho mais saudades ainda da praia. Onde estás tu, praia querida?

A tarde de trabalho foi um período de quase sauna, quase a fazer lembrar os bons velhos tempos no atelier das Amoreiras, onde a temperatura atingia os 36ºC no Verão. Nem sei até onde descia no Inverno, mas era friooooo.

Parece que agora tenho tréguas. Vou mergulhar as mãos em água e comer morangos.

Suddenly… | De repente…

…a new project arrives and gets on top of the priority list.

It´s hot, hot, hot and my hands are sticky. So is my face. Wetting them only helps temporarily.

I love Summer.

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…chega um projecto e vai directinho para o topo das prioridades.

O calor aperta e as minhas mãos estão pegajosas. Aliás, como a minha cara. De vez em quando molho-as, o que alivia bastante. Mas só temporariamente.

Como eu gosto do Verão!

Ode à Graciela

Nunca tinha vivido num prédio com porteiro. Nem porteira.

Espera. Quero dizer, minto. Tinha sim, em Macau. Os prédios tinham porteiros e portarias com luz fluorescente de cozinha e marmitas com comidas estranhas lá dentro. Havia um sofazinho esquálido e a relação com ele era de um “halo” e de um sorriso. Deve ter sido por isso que já não me lembrava.

Aqui em Buenos Aires vivemos num prédio com porteira e com casa da porteira. Não sei se depois me poderei habituar outra vez a viver sem esta companhia absolutamente útil – diria quase que imprescindível, não fosse já ter vivido muitos anos sem ela, em Lisboa.

A nossa porteira é o máximo. Tenho a dizer que a Graciela (é o nome dela) é o máximo. Ou então o supra-máximo. A Graciela tem o prédio sempre (e digo mesmo sempre!) num brinquinho. Acode a toda e qualquer emergência. Coordena a comunicação entre vizinhos. Ajuda em caso de infiltrações, elevadores bloqueados e demais assuntos do condomínio.

Mas, para além de tudo isso, a Graciela tem funcionado para mim como um género de páginas amarelas em forma de pessoa. Pergunto-lhe onde se encontra tal coisa e ela sabe sempre de alguém que pode ajudar ou que sabe onde encontrar. No dia seguinte, tem a resposta pronta para me dar.

Agora, a cereja em cima do bolo (por acaso até nem gosto de cerejas em cima de bolos, mas a expressão é esta, qué quessá de fazer?): a Graciela está constantemente a ler. E lê, lê, lê. Noutro dia perguntei-lhe o que estava a ler, Isabel Allende, “La suma de los días”, e explicou-me que se tratava de um texto no seguimento de “Paula”, o último livro da autora de que seriamente gostei. Pedi-lhe que mo emprestasse quando terminasse.

Sabem o que aconteceu agora mesmo? Veio aqui bater-me à porta para mo deixar.

Ode à Graciela.

An interesting article | Um artigo interessante

Hooray for this really interesting article on typography piracy (in spanish).

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Ora aqui está um interessante artigo sobre tipopirataria, ou pirataria tipográfica (em castelhano).

Finde en la chacra

Este post leva título em castelhano porque se refere a uma experiência totalmente argentina para mim. Para quê traduzi-la?

Este fim-de-semana, o primeiro que passei por terras argentinas depois do regresso de Portugal, fui experimentar a vivência estival de campo. O que fazem os porteños durante o Verão? Não sei ao certo: uns vão à praia (a mais próxima fica a várias horas de viagem, o que para nós, lisboetas, é absolutamente surreal), outros vão para o campo (que fica bem mais perto: no nosso caso, a apenas 1h30).

E já que é para ter a verdadeira experiência argentina, aceitámos o convite de uns amigos para partilharmos uma casa de fim-de-semana durante o Verão. E é esta a história das idas à chacra.

Os dois dias são passados em absoluta borreguice. As únicas tarefas, mas tarefas mesmo, são cozinhar e lavar a louça. Tudo o resto resume-se a caminhadas, corridas, idas para a piscina, ler, ler, ler e – prazer renovado recentemente para mim – tricotar.

Mas não é (ainda) sobre o tricot que eu quero falar, é mesmo da experiência argentina da estancia. Para mim, habituada à escala europeia, aquilo é campo a perder de vista. À maneira do Novo Mundo, as ruas (naquele caso, caminhos de terra onde se vê o rodado dos carros) são direitas e longas a perder de vista. Se me disserem que têm para cima de 3km, eu não duvido. Há muitos plátanos, muitos eucaliptos (dos antigos, não madeira para móveis), há searas, há campos por cultivar, há vacas, cavalos e talvez outros bichos a pastar tranquilamente.

Não há internet nem televisão, pelo que a única coisa que se ouve é música, ou então a música natural: o vento, a chuva, a passarada, os bichos.

Para mim, que nunca tinha sabido o que eram “férias no campo”, é uma vivência do mais exótico que pode haver. Tal como, dentro de alguns dias, fazer anos no Verão.

Finde en la chacra

Este post leva título em castelhano porque se refere a uma experiência totalmente argentina para mim. Para quê traduzi-la?

Este fim-de-semana, o primeiro que passei por terras argentinas depois do regresso de Portugal, fui experimentar a vivência estival de campo. O que fazem os porteños durante o Verão? Não sei ao certo: uns vão à praia (a mais próxima fica a várias horas de viagem, o que para nós, lisboetas, é absolutamente surreal), outros vão para o campo (que fica bem mais perto: no nosso caso, a apenas 1h30

They´re on flickr! | As imagens já estão no flickr!

My work images are now all officially online on my flickr photostream. I´ve used the same structure I´ll use on my website. Please take a look at them here and let me know if you like them!

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As imagens dos meus trabalhos já estão todas online. Embora ainda não seja no seu lugar definitivo, o meu site, estão no flickr, aqui. A estrutura que usei para catalogar as colecções é a mesma que vai estar no site definitivo.

Ufa, já falta menos!

You can never organise too much

Phew! I´ve been working for hours – days!!! – on my website. I´m loading images on flickr and I just realise that you can keep on adding tags or descriptions or geographical positions ad infinitum. It´s definitely a great tool but one just has to stop at a certain point. It gets to be too much, specially if you´re loading dozens of photos of very different things at once.

It has great tools for organising, praise the guys who develop it, so my task is easier. But still, it´s been too long now. I wish for a bit away from the screen!

In the meantime, let me cross my fingers and hope to have my new website up and running ready by Jan 31st. You can still visit the old one, if you want.

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Estou há horas – que digo horas, há dias!!! – a trabalhar no meu novo site. Neste momento carrego images no flickr e apercebo-me de que podemos continuar a acrescentar conteúdo, tags, datas, geo-referências, etc etc etc até ao infinito. O flickr é uma ferramenta fabulosa, não há qualquer dúvida, mas é preciso saber parar, sobretudo quando se está a carregar uma quantidade grande de imagens de coisas muito diferentes.

Neste momento, apenas desejo que apareça outro trabalho que me faça afastar um pouco do ecrã…

Enquanto o novo site não está terminado (espero que isso aconteça até ao dia 31 de Janeiro), o antigo pode ser visitado aqui.

Agora, um pouco de poesia gastronómica

Os percebes do nosso entendimento

Umas amêijoas como não há igual: com pouca coisa (azeite, alho e coentros) se faz a festa

E este belo espécime de santola

Ainda no Ramiro, essa instituição do marisco e do crustáceo, comemos estes belos acepipes. Têm um aspecto esquisito mas um sabor absolutamente maravilhoso a mar, que tanto nos falta por estas paragens.

Para quem não conhece (se é que algum leitor do meu blog não faz parte do universo-luso-marisqueiro), não se deixem impressionar pelos picos, tenazes ou aparência dos alimentos. É tudo absolutamente delicioso.

P.S. Cheguei à Argentina com um apetite louco de ceviche. Continuo com água na boca.

Um pouco de poesia de casa de banho

Desta vez misturada com um prático quadro de mensagens.


No Ramiro, na Avenida Almirante Reis, ao Intendente.

Photo album | Álbum de fotografias








The two albums were Paulo´s idea, actually: we were trying to figure out what to give our mothers for Christmas and he suddenly realised that a photo album would be a great gift to them, considering how far we live and how many new places we´re visiting and the things we´re experiencing in this corner of the world.

From that idea to the one of reusing shop bags… well, it was kind of a small step! We also used japanese bookbinding technique, cutting the bags in a way so that we could use the creases on our advantage.

Reusing the bags was also a way of minimising waste: in Buenos Aires – as far as I know – is not a habit. Recycling containers are away from homes, unpractical to use and, at the same time, there´s no information on how the recycling process goes. And the bags are just too beautiful to put away.

Our mothers loved it. And my niece, who is almost 3 and absolutely loves handbags, loves to sport it around my parents´ place! 🙂

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A ideia dos álbuns de fotografias como prenda de Natal para as mães foi do Paulo. Foi uma excelente ideia dado que estamos tão longe delas, a visitar tantos sítios novos e a ter novas experiências. Daí até usar sacos de compras foi um saltito. Cá em Buenos Aires o hábito da separação de resíduos para reciclagem não está enraizado. Os ecopontos são longe das casas, o que não ajuda à criação desse hábito. Além disso, nada se sabe sobre o processamento dos resíduos separados. Por essa razão, usar os sacos de compras teve ainda mais significado. Além disso, os sacos são lindos!

As mães adoraram o presente. E a minha sobrinha, que ainda não fez os 3 anos, já adora tudo o que seja malinhas e gosta especialmente de pôr o álbum da avó ao ombro e passeá-lo pela casa dos meus pais. 🙂

De volta a Buenos Aires

De volta ao Verão e de volta a uma casa desarrumada, apesar dos esforços do Paulinho. A deserção da Marta (foi comprar cigarros e nunca mais voltou, que é como quem diz: foi a Tucumán ver a mãe e não mais soubemos dela) deixou-nos a casa de pantanas. Hoje o meu dia foi passado de volta de algumas das funções dela, para só agora, às 16h, me sentar ao computador a começar a organizar a vida de trabalho. Com um post, claro está.

Os quinze dias que passei em Lisboa sem o Paulinho foram vividos numa autêntica roda-viva, excepção feita ao fim-de-semana passado no Algarve com os pais. Corri alegremente entre reuniões, almoços com amigos, consultas em médicos e, o mais possível, namoro de tia e sobrinha e muitos mimos da família.

Digamos que condensei em apenas 15 dias os encontros com amigos (vida social) e reuniões com clientes (parte da vida profissional) correspondentes a alguns meses. Não é de admirar que agora necessite de um pouco desta calmaria que caracteriza os meus dias por cá, sobretudo agora que são as férias grandes e porteño que é porteño foi para outras paragens.

Quanto à viagem, enfim, não há forma fácil de a fazer. É uma chatice, uma enorme, longa, aborrecida viagem com uns horários cada vez mais bizarros ditados pela Iberia. Não tem o monopólio da rota, mas trata os clientes como se assim fosse. Os bilhetes são caros, o atendimento é mau e os problemas com a marcação dos lugares são infinitos. Desta feita, em Madrid, estivemos cerca de uma hora entre o embarque e levantar voo num jogo absurdo de cadeiras: não havia uma única família sentada em perto uns dos outros; os casais estavam todos separados; filhos pequeninos a mais de dez filas dos pais, que tinham mais uns quantos passageiros entre eles. Sentei-me em três lugares diferentes e a brincadeira poderia ter continuado, dado que a minha companheira de viagem também tinha a mãe noutro assento qualquer distante.

Enfim, chegada à Argentina tudo correu bem: algumas lutas com uns passageiros mais apressados na fila da imigração, muita actividade do cotovelo para enxotar os infiltras e, finalmente, a oficial que me carimbou o passaporte demorou o total de um minuto em todo o trâmite. A mala chegou bem, apanhei uma remise e cheguei a casa.

Posto que terminei este desinteressante relato, resta-me apenas fazer um pequeno apontamento curioso, do aeroporto de Madrid.

Não notam nada? Ora vejam lá:
É sempre bom saber que a tradução de “Ibéricos” para inglês é “Spanish”…