Month: October 2007

Não sei se ficou bem claro…

Por isso dou um exemplo:

Há parágrafos que falam de um trabalho que se está a fazer hoje. E então o autor do blog escreve qualquer coisa como:

“estou a fazer este desenho a pensar neste (hiperligação) e inspirei-me nisto (hiperligação) e nisto (hiperligação). Depois comprei este material (hiperligação) na loja do costume (hiperligação). E a seguir fui fazer yoga (hiperligação) e meditar sobre a minha viagem (hiperligação).”

Moral da história: para saber em quem ou em que o autor se inspirou, tenho de ir clicar, ir para outro sítio, perder o fio à meada, distrair-me com as coisas interessantes que lá há e depois voltar. Releio a frase e vou ver que material afinal é aquele. Perco-me. Volto. Qual será a loja do costume? Hmmm, curioso, também vendem “não sei o quê”. Boa, agora já tenho mais este contacto. Relembro que estava a ler o artigo inicial e volto atrás. Ai, faz yoga? Que giro, deixa cá ver o que diz sobre o assunto. Clico. Será que ainda me lembro de voltar atrás? Se sim, fico a saber que medita sobre uma viagem qualquer, mas qual?

Chiiii! Já chega!

Lembro-me de ser miúda e de gostar de ficar a ler artigos da enciclopédia. Era passatempo para algumas horas andar a saltar de artigo em artigo, conforme indicado lá. Eram as hiperligações daquele tempo, com um ícone de uma mãozinha com o indicador espetado e o título do outro artigo a consultar a negrito.

Hoje em dia, estas hiperligações fazem-se com apenas um clic do rato. É giro e é útil, mas só até certo ponto.

Na minha rotina blóguica tenho vindo a aperceber-me de uma certa tendência para os autores exagerarem nas hiperligações que põem nos seus artigos. São links para fotografias no flickr, para artigos em jornais e revistas, para posts seus anteriores, para os blogs dos amigos, e a lista continua, praticamente sem fim. Os artigos aparecem polvilhados de palavras de cor diferente, já que a maior parte dos blogs que leio tem as palavras com ligações numa cor diferente do texto normal, o que acaba por ser uma distracção.

Distracção também é pensar em todos os vínculos que ali estão: quando é que os vou consultar? Quando terminar de ler o texto todo? À medida que o vou lendo?

De uma maneira muito mais século XXI (“sofisticada” poderá ser a palavra adequada), parece-se vagamente com o que aconteceu quando as pessoas começaram a ter computador e o word trazia “aquelas letras todas”: de repente, tudo quanto era material impresso era feito com várias letras, algumas com efeitos de luz, cor e volume, umas em três dimensões…

Não é bem o mesmo, mas cansa da mesma maneira.

KaosPilots

I first heard of the KaosPilots from a friend of mine from Sweden. She went to this very different entrepreneurial-meets-management-meets-leadership-meets-innovation school. They´re now opening a new branch in Stockholm, the beautiful nordic city (my northernmost trip ever!). Check out KP´s website and find more info about it. School starts in January so make sure you apply for it by October 15th.

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A primeira vez que ouvi falar da “KaosPilots” foi através de uma amiga minha sueca que frequentou esta escola de gestão, inovação, liderança e empreendedorismo na Dinamarca. Agora vão abrir uma sucursal em Estocolmo, a magnífica cidade-arquipélago, lá bem ao norte (o mais ao norte onde já estive!). Mais informações no site KP. Inscrições abertas até 15 de Outubro; as aulas começam em Janeiro de 2008.

Rosas

Estas são as rosas oferecidas por alguém muito fofo a uma outra pessoa muito querida, que celebrou o seu aniversário cá connosco em Buenos Aires.

Já as sequei (algumas não resistiram a essa “Operação Triunfo”) e agora não sei bem o que lhes fazer. Mas queria fazer algo.

Ando a pesquisar na net mas ainda não encontrei nenhuma solução que me agrade (e que não transforme este apartamento num “mar de velinhas e pot-pourri”, ou seja, que não “cor-de-rose” demasiado o espaço).

Continuo a pesquisa.

Outra vez o ceviche

Já tinha falado aqui do ceviche mas volto a falar nessa maravilha da gastronomia peruana. É inevitável.

Depois do ceviche de Lima, na cevicheria La Mar (imperdível, inesquecível, quem foi não volta igual), é difícil encontrar uma versão local à altura. Não só porque cá em Buenos Aires temos a dificuldade da escassez de peixe fresco (leia-se “fresco” como “pescado na noite passada e comprado hoje na lota”), como também será muito difícil encontrar algo parecido com a mistura alquímica certa e exacta dos ingredientes peruanos in loco (em in loco leia-se “no La Mar”).

Moral da história: quem procura sempre alcança, quem busca sempre encontra e, por um acaso do destino, a minha colega da aula de castelhano, a Clare falou-me no Carlitos.

O Carlitos é um tasco peruano na zona de Abasto, a zona famosa por ser onde o Carlos (Gardel) viveu e cantou. O Carlitos, por si só, merecia todo um post, todo um blog, na verdade. Só sobre o Carlitos se poderia escrever um livro e se rodaria todo um filme. Mas isso é outra conversa. O que interessa aqui é que no Carlitos encontrei finalmente um bom ceviche. Não é La Mar, nada disso; é um ceviche atascado, comido numa sala de paredes de azulejo de cozinha e luz fluorescente a condizer. As doses são lautas e saborosas mas tão económicas que fazem lembrar um daqueles restaurantes de província em Portugal (e o tapinlou no tasco na Areia Preta).

O ceviche do Carlitos é o oásis no deserto de carne que é Buenos Aires (e toda a Argentina, convenhamos). A par do sushi, é a alternativa possível para consumir peixe.

Enfim, não me alargo. Aqui vão fotografias para ilustrar. Não se assustem com o aspecto. O sabor é mnham. Muito mnham. Os próximos visitantes que se preparem, o Carlitos é obrigatório!


E sim, a toalha é de plástico!

Constatei

…que o “hálhito” passa chupando um cravinho.

Briar Press Cuts

Briar Press Cuts is the place to search for ornaments and initials from old books. These fellows look for them, scan them and vectorize them for us. And, guess what, these goodies are free for non-commercial use! Browsing their collection is like time-travelling, so brace yourself and dive into it.

Found via lletraferits.

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No site Briar Press Cuts estão disponíveis (já vectorizados!) capitulares, ornamentos e vinhetas retirados de livros antigos. Como se tudo isto fosse pouco, são gratuitos para fins não-comerciais! Apertem os cintos, senhoras e senhores, que o mergulho nesta colecção é uma autêntica viagem no tempo.

Encontrado através de lletraferits.

Trovoada

Tivesse eu uma vista mais ampla da janela e estaria certamente a ver relâmpagos cinematográficos seguidos de estrondosos trovões.

Mas não. Na frente vejo o vizinho e as plantas da vizinha. E a chuva, que não parou ainda de cair.

De costas para a janela e virada para o computador, pelo canto do olho vejo os clarões da trovoada, que está aqui mesmo em cima. Não é que tenha propriamente medo, mas convenhamos que com sol tudo fica mais bonito.

Fim-de-semana de Primavera-Verão, segunda-feira de Outono-Inverno

Não há dúvida de que desde que os homens chegaram à Lua e mexeram lá nas anteninhas que o tempo anda todo ao contrário.

Sexta, Sábado e Domingo foram dias de Primavera-Verão. Sol e mangas curtas eram coisas que não se viam juntas há muito tempo – e aconteceram ainda ontem! Hoje, em contrapartida, tem sido trovoada (de acordar quem dorme que nem uma pedra) e chuva, humidade e escuridão. De repente, parece que fui teletransportada para… não sei, talvez a Escandinávia outonal.

Apesar das saudades que já sinto do fim-de-semana, os três dias de bonança foram bem aproveitados: na sexta, almocei numa esplanada e fui bombardeada pelos passarinhos que, também eles na faina primaveril, andavam numa lufa-lufa a alimentar as crias e a fazer as suas necessidades fisiológicas sem ter em conta que lá em baixo se almoçava.

No Sábado, apesar da busca do restaurante certo ter saído gorada, lá conseguimos comer peixe em forma de sushi (praticamente a única maneira de comer peixe fresco aqui; a outra é o ceviche, e era isso que procurávamos e não encontrámos). Depois do almoço, caminhámos por Palermo até ao roseiral, um jardim magnífico que tem sido todo recuperado pelo governo da cidade de acordo com os planos de 1914, se não estou em erro. Nos canteiros, há roseiras, roseiras e mais roseiras. Rosas ainda não há muitas, mas já se começa a adivinhar que daqui a mais algumas semanas aquele jardim vai ser um mar de cor e cheiro.

Como quase todos os jardins de cá, também este estava cheio de gente a tomar o seu mate ou apenas a apanhar sol. Uma maravilha.

O roseiral de Palermo está dentro do parque 3 de Febrero, também conhecido por “bosques de Palermo”. Aqui juntam-se todos os aficionados do desporto: ele é gente a patinar, a jogar hóquei em patins (em linha), a correr, a jogar à bola, a andar de bicicleta… às vezes tenho pena que em Lisboa não se aproveitem assim os espaços públicos, sobretudo com a magnífica faixa à beira-rio de que a cidade dispõe.

Com um tempo tão bonito, quem é que quer estar em casa a fazer arrumações? Ficam para o próximo fds…

Viva o “Rosedal” de Palermo, talvez um dos espaços mais bonitos de toda a cidade!